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O Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua

(Texas Chainsaw 3D, EUA, 2013)

Terror
Direção: John Luessenhop
Elenco: Alexandra Daddario, Dan Yeager, Trey Songz, Scott Eastwood, Tania Raymonde, Shaun Sipos, Keram Malicki-Sánchez, James MacDonald, Thom Barry, Paul Rae, David Born, Sue Rock
Roteiro: Kim Henkel, Tobe Hooper (personagens), Adam Marcus, Debra Sullivan, Kirsten Elms, Stephen Susco
Duração: 92 min.
Nota: 1 ★☆☆☆☆☆☆☆☆☆

Em sua maioria, filmes de terror slasher – aqueles que são tão cheios de sangue que ele quase escorre da tela – não têm muitas preocupações com roteiros elaborados e nem se incomodam em repetir clichês do gênero. Basta um psicopata insaciável, uma boa quantidade de personagens idiotas, possibilidades variáveis de chacinas e, voilà, o filme está pronto para consumo. O Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua segue exatamente a mesma receita e acompanha uma tendência dos dias atuais: voltar a velhas histórias, resgatando vilões conhecidos, atualizar o enredo e, com alguma tecnologia, no caso o 3D, faturar dinheiro fácil.

Se algumas vezes a tentativa rende alguma coisa boa, isso não acontece aqui. Constrangedor do começo ao fim, a continuação da história de Leatherface, o homem deficiente mental que, com a conivência da família, usa a serra elétrica para matar suas vítimas e arranca a pele de seus rostos para fazer novas máscaras, é pura perda de tempo e dinheiro.

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Desta vez, o ponto de partida é a herança recebida pela jovem Heather de uma avó que ela nem sabia que existia. É assim que ela descobre que é adotada e descende de uma família do Texas, a mesma de Leatherface. Depois de viajar com os amigos para tomar posse do que herdou, ela descobre a verdade sobre seus parentes.

O novo Massacre da Serra Elétrica começa exatamente onde a versão de 1974 terminou, fazendo uma terrível reconstituição daquilo que vimos há tanto tempo atrás e contando o que aconteceu após a fuga de Sally da casa dos Sawyers. O prólogo, mal feito e forçado (atenção para a fraquíssima reconstituição de época), é uma antecipação perfeita para o que está por vir.

Acreditando que aquilo que a humanidade chama de clichê é na verdade referência, o filme não se contenta em ser só mais um do gênero. Logo de cara aposta na duplicidade de vilões, como se um psicopata sanguinário já não fosse o bastante, mas parece esquecer-se disso durante toda a sua primeira parte. Só depois de muito sangue derramado pelo vilão tradicional é que os roteiristas se lembram da inovação sugerida e enveredam por um outro caminho.

O que já estava perdido, vira uma confusão total a partir de então e cenas como a da descoberta da verdade por Heather ou o momento em que Leatherface descobre a sua identidade são patéticas, assim como o desaparecimento de qualquer conflito interno normalmente antecipado em situações similares. Além de toda a sua desconjuntura, o longa chega a desrespeitar a figura do vilão criado por Kim Henkel e Tobe Hooper nos anos 70. Nem os três sustos provocados durante os 92 minutos de exibição conseguem ser bons.

Com muita vontade de ganhar dinheiro fácil, sem nenhuma qualidade e contando ainda com um 3D fraco e mal utilizado, O Massacre da Serra Elétrica – A Lenda Continua é um filme perdido em si mesmo e mais uma daquelas produções que deveriam pagar uma multa eterna por terem sido exibidos.

Um Grande Momento:
Não há.

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Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=h56nAuk89sg[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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