É praticamente impossível imaginar nossa vida sem a internet e todas as praticidades que ela oferece. Nossa privacidade é cada vez mais ameaçada por ferramentas intrusivas, mecanismos de monitoramento e algoritmos avançados capazes de moldar nossos gostos e preferências.
Hoje, a busca por navegadores web e sistemas operacionais mais privativos, software VPN e recursos de ad blocker (bloqueadores de anúncios) só aumenta – um reflexo direto da busca por maior segurança digital e privacidade online.
Nós separamos uma lista com 5 obras de ficção científica que podem te ensinar coisas bastante úteis sobre privacidade online.
1. Matrix
Nossa lista não poderia começar com outro filme. Matrix, Matrix Reloaded, The Matrix Revolutions e The Matrix Resurrections são obras que giram em torno de um universo ficcional criado por máquinas malignas com o objetivo de escravizar e controlar humanos.
Os filmes da franquia Matrix conseguem mostrar o quanto a humanidade e a tecnologia são coisas praticamente indissociáveis e como as tecnologias exercem um papel invasivo nas nossas vidas – o que é uma realidade do mundo contemporâneo mais do que uma mera especulação ou ficção científica.
Afinal, com gigantes da tecnologia minerando dados de bilhões de usuários e máquinas cada vez mais capazes de moldar e influenciar nossa realidade, não é nada difícil imaginar o quanto é desafiador proteger nossa privacidade online – dá até para imaginar Neo (Keanu Reeves) como um cidadão comum tentando fugir do império das big techs e do controle dos algoritmos e da publicidade indesejada.
2. Minority Report
Em Minority Report, o protagonista (o detetive John Anderton, interpretado por Tom Cruise) faz parte de uma força policial chamada de PreCrime, um grupo que consegue prever crimes e combatê-los antes que eles aconteçam – tudo com a ajuda de três seres humanos modificados geneticamente (chamados de Precogs) e que possuem o poder de fazer previsões sobre o futuro.
Mesmo com o índice de assassinatos sendo reduzido a zero, há várias dúvidas sobre a veracidade das supostas previsões do futuro. Apesar de ser ambientado no distante ano de 2054, esta obra de ficção científica abre várias possibilidades de debate sobre o quanto os algoritmos conseguem influenciar nossas escolhas e percepções – e, em alguns casos, até ‘’prever’’ nossas ações.
3. O Show de Truman
Com atuação do incrível Jim Carrey interpretando o protagonista Truman Burbank, O Show de Truman é outro filme de ficção bastante interessante. A vida do protagonista é televisionada e exibida 24 horas por dia. Praticamente todas as ações dele são filmadas e exibidas para milhões de pessoas – sem que ele saiba. Todas as relações de Truman são moldadas para o show.
Mesmo tendo sido lançado em 1998, O Show de Truman serve para abrir uma crítica bastante atual sobre a invasão das tecnologias sobre nossa privacidade e a hiperexposição (consciente ou não, consensual ou não) das nossas vidas privadas, bem como o quanto nossas impressões sobre nossa realidade podem ser moldadas pela tecnologia.
4. Blade Runner
Um clássico que não pode ser ignorado nesta lista é Blade Runner. O filme que se transformou em ícone cult mostra um futuro distópico marcado pela tecnologia, pela bioengenharia e o desenvolvimento e é uma das obras pioneiras na abordagem de temas como inteligência artificial, a relação entre seres humanos e máquinas (tecnologia em geral), robótica e interfaces de voz, além de outros temas.
Apesar de ser uma ficção, Blade Runner abre muitas oportunidades de debater questões como rastreamento, monitoramento e intrusão das tecnologias na nossa privacidade no nosso cotidiano. E vale a pena conferir também Blade Runner 2049.
5. Gamer
Ambientado no ano de 2034, Gamer mostra uma realidade distópica na qual as pessoas conseguem vender os próprios corpos para serem usados e controlados como avatares. Pessoas condenadas por determinados crimes também são usadas como avatares em jogos de combate umas contra as outras, como um jogo battle royale.
Gamer é uma obra que mostra as consequências extremas da intrusão da tecnologia nas vidas das pessoas – e, mesmo que não haja pessoas sendo controladas remotamente em games através de implantes nos corpos delas, nós podemos verificar o quanto as mídias sociais, algoritmos e mecanismos de coleta de dados retiram nossa liberdade e nossa independência (tanto enquanto indivíduos quanto como sociedade).