(Woman in Gold, GBR, 2015)
DramaDireção: Simon Curtis
Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Daniel Brühl, Katie Holmes, Tatiana Maslany, Max Irons, Elizabeth McGovern, Jonathan Pryce
Roteiro: Alexi Kaye Campbell
Duração: 109 min.
Nota: 5
A Dama Dourada volta a um tema relacionado à Segunda Guerra Mundial, que tem chamado atenção, o sequestro de obras de artes de propriedade de judeus. Muitas dessas obras encontram-se hoje em museus e querem ser reavidas pelos descendentes das famílias roubadas. O filme, dirigido por Simon Curtis, conta a história da luta da austríaca Maria Altmann, que anos depois de mudar-se para os Estados Unidos quer de volta os quadros de Klint roubados de sua família pelos nazistas.
Entre os quadros está aquele que, por muitos anos exposto no Museu Belvedere, em Viena, era considerado como a Mona Lisa austríaca. A mulher na imagem é Adele Bloch-Bauer, tia de Maria que foi a única mulher a ser retratada mais de uma vez pelo pintor. A obra batizada há época da confecção com o nome da mulher, teve nome alterado depois de chegar ao museu para esconder suas origens judaicas. Passou a ser A Dama Dourada que dá título ao filme.
Depois da morte da sua irmã, a solitária Maria sente uma necessidade de se reconectar ao passado de sua família e resolve dar continuidade à batalha de sua irmã para recuperar os quadros expostos no Belvedere. Como não tem dinheiro, procura o filho de uma grande amiga, o advogado Randy Schoenberg para ajudá-la com a questão. Depois de uma série de fracassos profissionais e de uma pesquisa pelo valor do quadro, ele se interessa pelo caso.
Sem dúvida, é uma trama interessante e que poderia resultar em um grande filme, mas tanto o roteiro de Alexi Kaye Campbell, como a direção de Simon Curtis parecem indecisos sobre que caminho tomar para contar a história. Ainda que contem com a presença magnética e sempre eficiente de Helen Mirren como Maria, e de uma boa participação de Ryan Reynolds como seu advogado, o filme não sabe se é um drama de tribunal, um drama pessoal sobre o retorno às origens, ou mais um drama sobre a segunda guerra.
Ainda que tenha momentos bem pontuados e funcionais de respiro cômico e apresente qualidades técnicas na construção de duas épocas diversas, tem problemas graves, como o péssimo desenvolvimento dos personagens secundários. Katie Holmes tem uma ponta pouco crível como a esposa de Randy, mas ainda está melhor desenvolvida do que o personagem de Daniel Brühl, que some e aparece de repente, e mais de uma vez, sem nenhuma utilidade para a trama.
Pior do que isso, só mesmo o desenvolvimento do personagem de Ryan Reynolds apressado e pouco convincente quanto a suas mudanças de convicção.
A ideia de compor duas linhas de tempo paralelas, uma durante a ocupação nazista na Áustria e outra durante a batalha de Maria e Randy nos tribunais, e intercalá-las durante todo o filme, também não funciona. Apesar de um trabalho interessante de Jim Clay no desenho de produção, que consegue imprimir na tela o humor de cada período, a formatação dada por Curtis é pouco instigante.
Durante todo o filme há um certo incômodo, como se o tom não se adequasse à história, com várias tentativas de despertar emoção não conseguem chegar lá. A leveza do diretor e sua tendência em amenizar histórias, já conhecida lá em Sete Dias com Marilyn, resta estranha e, assim como no título anterior, o filme é completamente dependente das atuações da dupla central.
Mas não que A Dama Dourada seja um filme custoso, difícil de ser assistido. Pelo contrário, vai fácil e cumpre seu papel de entretenimento rápido. Mas não deixa nada para trás.
Um Grande Momento:
Jonathan Pryce.
Links
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