A Desconhecida

(La Sconociuta, ITA/FRA, 2006)

Suspense/Drama

Direção: Giuseppe Tornatore

Elenco: Kseniya Rappoport, Claudia Gerini, Pierfrancesco Favino, Clara Dossena, Michele Placido, Ángela Molina, Margherita Buy, Alessandro Haber

Roteiro: Giuseppe Tornatore, Massimo De Rita

Duração: 118 min.

Minha nota: 7/10

Voltar de uma pausa deliciosa em Buenos Aires é bom e ruim ao mesmo tempo. Infelizmente não estou mais na cidade mais charmosa que conheço, mas voltei para perto dos meus filhos e tenho tempo de sobra para escrever novamente.

A temporada portenha foi ótima, com direito a muitas caminhadas e um frio de rachar. Às vezes o cansaço e o congelamento eram tanto que a melhor alternativa era sentar em uma sala de cinema e ficar ali, por duas horas, com os pés parados e bem aquecida.

Por três vezes, esta foi a minha saída para o frio. Já que precisava de um local de descanso e o escolhido havia sido um cinema, por que não aproveitar para conferir os lançamentos argentinos? Mas não dei sorte em nenhuma das vezes e os horários acabaram sendo impossíveis para quem queria apenas dar uma pausa.

Apesar de não serem títulos locais, não me rendi a tentação de assistir aos blockbuster estadunidenses, como Indiana Jones, que ainda não conferi, e fiquei com filmes menos comerciais.

O primeiro de todos foi A Desconhecida, filme antigo de Giuseppe Tornatore, que não sei porque está em cartaz agora nos cinemas de lá, depois de ter concorrido a vários festivais do ano passado.

Já sabemos que o diretor é um apaixonado por cinema desde sua homenagem à sétima arte Cinema Paradiso. Este filme também é uma homenagem, mais específica, no caso. Não há como não perceber os muitos elementos de Alfred Hitchcock na construção do roteiro, no visual do filme e até em seu andamento.

Uma imigrante ucraniana na Itália tenta superar os traumas de um passado pesado e violento e reconstruir a vida como empregada de um prédio. Mas nada é o que parece e logo percebemos que os interesses de Irena são muito mais do que financeiros, principalmente com a sua aproximação a uma família do edifício onde trabalha

Uma mescla de várias mazelas da sociedade atual como violência, prostituição, tráfico e muito mais vão construindo um clima de suspense competente e crescente sempre. Mesmo quando achamos que descobrimos tudo, algo mais acontece e muda o foco de nossa atenção.

A russa Kseniya Rappoport está muito bem no papel da atordoada e obsessiva Irina. Assim como a trilha sonora de Ennio Morricone, que também aproveita para fazer a sua homenagem musical aos filmes do cultuado diretor inglês de Psicose e tantos outros títulos de suspense.

Os problemas do filme são o vilão, que é canastrão demais e alguns momentos que poderiam ser mais curtos, dado a sua importância na trama. Ainda assim deveria ser uma obra obrigatória para todos aqueles que anseiam fazer um cinema competente de suspense.

Um excelente programa, principalmente para aqueles que não perdem a oportunidade de conferir um bom filme.

Um Grande Momento

A escada.

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