“Eu sou do Quilombo dos Palmares e posso fazer Reggae né?”
A cultura rastafari – que permeia o imaginário sobre o pequeno país caribenho conhecido como Jamaica – desceu até a América do Sul e firmou presença pelo norte e nordeste do Brasil, onde o reggae se enraizou na musicalidade local. Em Maceió o fenômeno guarda semelhanças com o famoso reggae maranhense (aquele que se dança coladinho e dando várias trançadas de perna), fato que Flavia Correia investiga em “Ainda Te Amo Demais”.
Selecionado para a última mostra de Tiradentes o documentário é uma declaração poética aqueles que não esquecem o que de bom passou. Trançando depoimentos a imagens de arquivo que datam de 10, 20 anos atrás a cineasta nos apresenta Ari Consciência, Luana, Nelias, Melque e tantos outros personagens marcantes, periféricos que fizeram da vida várias canções de Bob Marley e de autoria própria.
“Scorpion e Reggae Night são as únicas duas melhores”
Enquanto os reggaeiro de Maceió lembrando as coisas boas do passado, Ainda te amo demais costura, numa afetuosa colcha de retalhos, impressões que a população tem sobre o reggae e aqueles que fizeram sucesso na cidade num passado não tão distante de lugares lotados de gente dançando coladinho ao som de Woman No Cry.
Recordar é viver e estar num lugar que foi tão importante na trajetória de vida, que se carrega consigo, é celebrar o espírito de um tempo sim mas também reafirmar quem se é. Como Luana ao cantar na sua cidade depois de tanto tempo morando no Sul.
Um grande momento:
As lembranças do dread
[24ª Mostra de Cinema de Tiradentes]