Alice no País das Maravilhas

(Alice in Wonderland, EUA, 2010)
Animação/Aventura
Direção: Tim Burton
Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Crispin Glover, Matt Lucas, Stephen Fry, Michael Sheen, Alan Rickman, Paul Whitehouse, Timothy Spall, Marton Csokas, Imelda Staunton, Christopher Lee
Roteiro: Lewis Carroll (livros), Linda Woolverton
Duração: 108 min.
Nota: 7

Foi difícil controlar a expectativa assim que a notícia de que Tim Burton seria o responsável pela mais recente adaptação Disney ao clássico de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, se espalhou. Se a primeira adaptação dos estúdios era psicodélica e doidona demais, nada mais certo que alguém viajandão como Burton para levar o projeto.

Enquanto o desenho de 1951 era focado no primeiro livro, Alice no País das Maravilhas, esta segunda adaptação mistura os dois livros, mas se inspira no livro seguinte de Carroll, Alice no País do Espelho. Como uma grande metáfora às mudanças entre as fases etárias e as mudanças acarretadas por casa uma delas, os livros acompanham as aventuras da pequena e depois adolescente Alice em uma terra cheia de personagens diferentes, com perigos, escolhas e consequências.

O País das Maravilhas de Tim Burton, como era de se esperar, é sombrio e, mesmo que colorido em muitas passagens, faz da devastação o seu ponto mais marcante. Na história, Alice está com 17 anos, prestes a ficar noiva de um homem que não a interessa, vai ao País das Maravilhas para ajudar seus habitantes a se livrarem do domínio da fria Rainha de Copas.

A sensação de estar revendo um mundo que já conhecemos, com personagens familiares, funciona bem e desperta o interesse do público, ainda que não consiga mantê-lo por muito tempo.

O ritmo irregular atrapalha o desenvolvimento da trama e se por um lado temos as grandes atuações de Johnny Depp como o Chapeleiro Louco, Helena Bonham Carter como a rainha cabeçuda e Anna Hathaway como a Rainha Branca, a Alice de Mia Wasikowska não consegue ser tão convincente.

O mesmo acontece com o desequilíbrio entre a excelente trilha de Danny Elfman e uma vontade quase incontrolável de testar todas as inovações visuais que estão disponíveis e mais sobrecarregam do que compõe.

Os muitos tropeços afastam o público da história em si, que está cheia de elementos que agradam, como humor, aventura e tensão, mas que o roteiro de Linda Woolverton não consegue unir de forma convincente e, além de dar espaço a coisas menos importantes, deixa de lado significados e figuras fundamentais.

Mas, ainda assim, entrar novamente no buraco do Coelho Branco tem seus pontos positivos. O visual e os efeitos especiais são sensacionais e precisam ser conhecidos. E é ótimo rever aquele coelho que está sempre correndo contra o tempo, a lagarta fumante, o nem sempre visível Gato de Cheshire, o Chapeleiro Louco e sua fiel Lebre de Março e a histérica Rainha de Copas.

Mas é bom tentar sentar no cinema com as expectativas um pouco mais controladas, pois todo mundo já sabe que quando se está esperando demais, o resultado quase nunca é igual ao desejado.

Vale a pena rever a animação de 51 antes da sessão.

Um Grande Momento

A batalha com Jabberwocky.

Oscar 2011
Melhor Direção de Arte (Robert Stromberg, Karen O’Hara), Melhor Figurino (Colleen Atwood), Melhores Efeitos Visuais (Chris Corbould, Andrew Lockley, Pete Bebb, Paul J. Franklin)

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