AmazôniaFIDOC acontece em novembro

De 10 a 20 de novembro, acontece em Belém o AmazôniaFIDOC, único festival de cinema com recorte pan-amazônico no mundo e que, com 15 anos de existência, mais do que nunca reforça seu compromisso com a produção audiovisual amazônica e com a pauta socioambiental. Focado na produção audiovisual de cinema documentário e de ficção dos nove países que compõem a Amazônia, o evento é um importante espaço de formação, difusão e de reflexão do cinema produzido na região. O tema desta edição é “O cinema de todas as Amazônias na luta pela floresta em pé”. Serão 35 produções nas mostras competitivas e a programação é gratuita.

A Mostra Pan-Amazônia terá 12 curtas e oito longas, com produções dos nove países que compõem a região na América Latina, e a Mostra Amazônia Legal apresenta oito curtas e sete longas-metragens de realizadores brasileiros do território amazônico. Ao todo, foram inscritos 848 filmes, entre curtas e longas-metragens de documentários e ficção do Brasil e do exterior. Também, de forma inédita, o Festival abriu espaço para a categoria de videoclipes, com uma mostra competitiva dedicada ao gênero, com obras de 14 artistas.

De acordo com Zienhe Castro, diretora do evento, para esta oitava edição há uma diversidade também nos olhares, com a seleção de realizadores distintos. “Há filmes com olhares femininos, dirigidos por mulheres, inclusive mulher trans; outros com a sensibilidade da autoria indígena, o que mostra o protagonismo dos povos tradicionais em narrarem as suas próprias histórias”, destaca. “Além disso, num momento de retomada da produção, o cinema amazônico mostra sua força e sua maturidade, um senso de compromisso com a floresta em pé – uma bandeira internacional e nosso tema neste ano”, aponta. 

As produções concorrem, em cada categoria, ao melhor filme pelo critério do júri, melhor filme pelo voto popular e um prêmio de Honra ao Mérito para ambas as categorias, de acordo com o Júri Oficial, que será divulgado em breve.

O corpo de curadores para escolha dos filmes é composto por profissionais com ampla atuação na área de cinema e audiovisual no Brasil. Para análise dos curtas-metragens, o festival contou com Carol Abreu, Manoel Leite, Lorenna Montenegro e Felipe Pamplona; já para os longas-metragens, os curadores foram Zienhe Castro (idealizadora e diretora geral do Festival), Flavia Guerra, Letícia Simões e Marco Antônio Moreira.

Neste ano, excepcionalmente, foram aceitas inscrições da Espanha, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, pois nesses casos todos se tratavam de cineastas amazônicos radicados naqueles países. Os vencedores serão conhecidos no dia 20 de novembro, em cerimônia de encerramento, no Cinema Líbero Luxardo. 

Confira a lista completa de filmes selecionados:

MOSTRA PAN-AMAZÔNICA

Curtas-metragens
Tecido, Sigiloso | Brasil – RJ | 14’27” | Direção: Lucílio Jota
Benzedeira | Brasil – PA | 26’40” | Direção: San Marcelo e Pedro Olaia
Airão Velho, Sayonara | Brasil – AM | 25’ | Direção: Sandro Vilanova
O motor e a melodia | Peru | 7’26” | Direção: Juan Antonio Limo Giribaldi e Manuel-Antonio Monteagudo
Itinerário de cicatrizes | Brasil – MT | 18’35” | Direção: Glória Albues Martins
Ava Kuña, Aty Kuña – Mulher indígena, Mulher política | Brasil – SP | 25’ | Direção: Julia Zulian
Deus me livre | Brasil – PR | 16’42” | Direção: Carlos Henrique de Oliveira e Luis Ansorena Hervés
Shirampari: A herança do rio | Peru | 15’44” | Direção: Lucia Florez
Não olhe para trás | Brasil – RJ | 14’55” | Direção: Malu Portela
A nós, solitários | Brasil – SP | 16’ | Direção: Guilherme de Oliveira
Mar de azul | Venezuela | 8’30” | Direção: Juan Carlos
O ovo | Brasil – BA | 22’45” | Direção: Rayane Teles

Longas-metragens
Segredos de Putumayo | Brasil – AM | 1h23” | Direção: Aurélio Michiles
Noites alienígenas | Brasil – AC | 1h30 | Direção: Sérgio de Carvalho
Amazônia, a nova Minamata? | Brasil – SC | 1h15” | Direção: Jorge Bodanzky
Samichay, em busca da felicidade | Peru | 1h27’ | Direção: Mauricio Franco
A garota invisível | Peru | 1h30’ | Direção: Dorian Fernández
Tudo é rio | Brasil – TO | 1h14’29” | Direção: Helen Lopes
Seja água – Do Andes à Amazônia | Bolívia | 52’ | Direção: Julia Blagny

MOSTRA AMAZÔNIA LEGAL

Curtas-metragens
O filho do homem | Brasil – PA | 10’50” | Direção: Filipe Rodrigues 
Centelha | Brasil – AC | 26’46” | Direção: Renato Vallone
Jamary | Brasil – AM | 15’ | Direção: Begê Muniz
Utopia | Brasil – AP | 15’16” | Direção: Rayane Penha
KARAIW A’E WÀ | Brasil – MA | 14’30” | Direção: Zahy Guajajara
Um céu partido ao meio | Brasil – PA | 16’33” | Direção: Danielle Fonseca
Vem Pilum: A história do dilúvio | Brasil – PA | 8’30” | Direção: Thiago Morais
Iauaraete | Brasil – PA | 13’01” | Direção: Xan Marçall

Longas-metragens
Dona Raimundinho do Rio Tajapuru | Brasil – PA | 57’ | Direção: Chico Carneiro
No vazio do ar | 1h11’ | Direção: Priscilla Brasil
Onde fica Nova Esperança? | Brasil – PA | 1h41” | Direção: Thiago Foresti e Renan Montenegro 
Uyra, a retomada da floresta | Brasil – MA | 1h12’ | Direção: Juliana Curi
Os devotos de São Sebastião | Brasil – PA | 1h03’ | Direção: André dos Santos e Artur Arias Dutra
Pistolino e o filme que não acaba nunca | Brasil – AM | 1h10’ | Direção: Anderson Mendes
Maria e Zé Cláudio | Brasil – PA | 1h10’55” | Direção: Evandro Costa de Medeiros

No cinema: uma região, diversas Amazônias

Abrangendo nove países e com extensão de mais de 4.200 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Florestas, o bioma Amazônia é marcado por sua diversidade biológica e sociocultural, com centenas de povos e paisagens – refletidos na cinematografia contemporânea sobre este lugar. E os filmes selecionados para o Festival AmazôniaFIDOC 2022 buscam compreender a heterogeneidade deste território, sob diversos ângulos, passando pelos complexos problemas ambientais até mesmo a luta por direitos humanos. 

Ao longo de suas sete últimas edições o Festival Pan-Amazônico de Cinema – Amazônia FiDOC acumulou um acervo de mais de dois mil filmes nas suas sete últimas edições, um conjunto de difícil acesso, tornando-se, assim, uma rara oportunidade aos espectadores para conhecer obras que retratam realidades e circunstâncias tão especiais, e que possuem uma circulação/distribuição no Brasil e no mundo quase inexistente.

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