Argo

(Argo, EUA, 2012)
Drama
Direção: Ben Affleck
Elenco: Ben Affleck, Bryan Cranston, Alan Arkin, John Goodman, Victor Garber, Tate Donovan, Clea DuVall, Scoot McNairy, Rory Cochrane, Christopher Denham, Kerry Bishé, Kyle Chandler, Chris Messina, Zeljko Ivanek, Titus Welliver, Keith Szarabajka
Roteiro: Joshuah Bearman (artigo), Chris Terrio
Duração: 120 min.
Nota: 8

Em 1979, no Irã, militantes invadiram a embaixada americana e fizeram reféns 60 funcionários durante 444 dias. No entanto, seis diplomatas fugiram antes da invasão e se esconderam na embaixada do Canadá. Como era uma questão de tempo até que a guarda revolucionária descobrisse a fuga, tornou-se primordial resgatá-los. A CIA então convocou Tony Mendez, um especialista em extrações. A ideia dele – a “melhor pior ideia” que tiveram – para resgatar os refugiados: fazer um filme falso de ficção científica, “Argo”, mas tão real quanto fosse possível para convencer as autoridades iranianas a liberar as filmagens em seu país. Com direito a estúdio, festa de lançamento, diretor, produtores, um roteiro real e uma equipe de seis membros para visitas de locação, o falso filme acabou “ganhando” o financiamento e aprovação da CIA.

É difícil acreditar numa história tão mirabolante, boba e audaciosa como esta, mas segundo arquivos confidenciais da CIA liberados em 1997, ela é real. Até então, toda a glória do resgate dos americanos era do governo do Canadá e não envolvia nada das reviravoltas reveladas no filme.

Argo acaba sendo um filme eficiente, tanto por sua história, quanto por seu elenco e direção. O tempo do filme é tão apurado que não há como se entediar com ele, especialmente no momento em que o tal plano começa a ganhar corpo. É quando temos as melhores surpresas do filme: Alan Arkin e John Goodman. Arkin encarna o produtor do falso filme (personagem fictício) e diverte com seu engajamento em fazer de “Argo” um sucesso, ainda que de mentira. Goodman vive o maquiador ganhador do Oscar por O Planeta dos Macacos, John Chambers, que parecia ser um frequente consultor da CIA para disfarces. Seu personagem é tão bem montado e à vontade que é um prazer vê-lo em cena, especialmente junto a Arkin.

Ben Affleck merece elogios por sua direção segura, que permite ao filme passar da comédia para o suspense e ação com eficiência. Ele lembra o estilo de George Clooney (que é produtor de Argo), fazendo um filme elaborado politicamente com a situação tensa entre Estados Unidos e Irã e com uma certa crítica ao constante intervencionismo estadunidense, que inclusive gerou essa crise de 79. Como Clooney, ele também faz as vezes de ator e não deixa a bola cair em sua atuação como o agente Tony Mendez, apesar de alguns momentos de falta de energia.

Ao lado do elenco, o grande trunfo de Argo está em sua reconstrução histórica, destacada no desenho de produção (Sharon Seymour) e na direção de arte (Peter Borck e Deniz Göktürk), bastante pesquisada e meticulosa no que era típico da época, e também na fotografia com estilo dos anos 80, de Rodrigo Prieto. As imagens durante os créditos que mostram os personagens reais e alguns episódios da crise, evidenciam essa acertada pesquisa tanto na caracterização dos personagens quanto na reconstrução de locais.

Como todo filme dos Estados Unidos, há aqueles muitos momentos de patriotismo, que parecem um pouco exagerados. Mas em Argo isso não é tão apelativo porque, no final das contas, o filme é uma homenagem a esses personagens, notadamente patriotas, que ficaram tanto tempo guardando segredo sobre uma história tão incrível como esta. Bela homenagem.

Um Grande Momento

A reunião com o Departamento de Estado.

Oscar 2013
Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem (William Goldenberg)

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=dhK0ar-SA6w[/youtube]

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