As Pontes de Madison

(The Bridges of Madison County, EUA, 1995)
Drama
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Meryl Streep, Clint Eastwood, Annie Corley, Victor Slezak, Jim Haynie, Phyllis Lyons, Michelle Benes, Debra Monk
Roteiro: Robert James Waller (romance), Richard LaGravenese
Duração: 135 min.
Nota: 8 Clint Eastwood é daquelas pessoas que vive o cinema de todas as maneiras possíveis. Ele atua, dirige, escreve, filma e até compõe músicas para os seus filmes. Apesar de não ser um dos melhores atores do mundo, criou tipos marcantes como os cowboys Joe e Blondie, de Por um Punhado de Dólares e Três Homens em Conflito respectivamente, e o radical “Dirty” Harry Callaham, que em 1971 deu as caras pela primeira vez em Perseguidor Implacável e voltou para telona mais outras quatro.

Muitos destes papéis e mais alguns, reconhecidamente menos felizes, acabaram por marcar Clint Eastwood de uma maneira não muito positiva para aqueles que não gostam dos gêneros ação e western. Isso influenciou, inclusive, a aceitação e até mesmo o conhecimento de muitas de suas obras na direção. O que é uma injustiça, já que cada dia mais ele se mostra um cineasta competente, criativo e sensível.

Entre suas maiores criações estão os filmes Bird, Os Imperdoáveis, Sobre Meninos e Lobos, Cartas de Iwo Jima e o belo e sensível As Pontes de Madison, que me conquistou no ano de seu lançamente e consegue me emocionar até hoje, quando revisitado.

O filme conta a história de Francesca, uma dona de casa dedicada e esforçada que vive para satisfazer e organizar a vida dos dois filhos e do esposo. Enquanto faz tudo por aquelas pessoas, como aprendeu que deveria, não recebe nada em troca além da indiferença dos três.

Em uma das viagens do marido para exposições de animais, ela conhece Robert, um fotógrafo aventureiro que já conhece quase todos os lugares do mundo e nunca se prendeu a mulher nenhuma. Os dois acabam se apaixonando e vivendo uma das histórias mais tocantes do cinema. O amor proibido é, ao mesmo tempo, um amor maduro, que supre carências e encanta.

Tudo isso chega ao espectador em forma de flashback, através de um diário encontrado pelos filhos de Francesca após sua morte. Enquanto lêem, eles vão percebendo o que a história narrada pode mudar também em suas vidas.

Para viver o casal central, Eastwood escolheu a si próprio e a sempre fantástica Meryl Streep, que soube como transmitir as frustrações e a carência de uma mulher que vivia em uma época e, principalmente, em um local, onde mudanças não eram muito bem vindas. O papel de Francesca, que poderia ter sido de Susan Sarandon, Jessica Lange, Barbara Hershey, Anjelica Huston, Cher e Isabella Rosselini, foi tão bem interpretado que Streep foi indicada merecidamente a vários prêmios, inclusive ao Oscar.

Junto com a bela história, uma direção segura e excelentes atuações, o filme ainda conta com a belíssima fotografia de Jack N. Green, que se aproveita ao máximo das belas paisagens do Condado de Madison, em Iowa, e das pontes a que o título se refere.

A trilha sonora arremata com a determinação temporal. O rádio acaba sendo um terceiro personagem no filme, com suas canções de época em levadas vocais profundas, como nas músicas interpretadas pela voz grave e marcante de Johnny Hartman. O tema do filme, curiosamente, foi composto por Clint Eastwood em parceria com Lennie Niehaus.

O filme como um todo, seja pela delicadeza ou pela temática, acaba sendo uma quase unanimidade entre as mulheres que o assistem. Por outro lado, muitos são os homens que não gostam da trama e classificam o longa como uma apologia à traição.

O sucesso da produção com as mulheres acabou gerando várias brincadeiras, como no filme Será Que Ele É?. No final do casamento fracassado, as amigas da mãe do noivo resolvem fazer uma roda da verdade para confortá-la e uma delas fala “eu odiei As Pontes de Madison!”, causando espanto geral.

Eu, não só por ser mulher, acho a obra primorosa. Sabendo ser ao mesmo tempo linda, dolorida, bela e sensível ao extremo. Muitas das cenas são inesquecíveis e têm o poder de emocionar até aqueles que já viram o filme mais de uma vez.

É um daqueles títulos que merece ser visto por todos!

Bom para dias de frio, em que tudo que queremos é ficar embaixo do edredon vendo alguma coisa interessante. Aqueles que costumam chorar, podem preparar o lencinho.

Um Grande Momento

No sinal fechado, ela segura a maçaneta da porta da caminhonete.

Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)

Oscar: Atriz (Meryl Streep)
César: Filme Estrangeiro
Globo de Ouro: Filme de Drama, Atriz de Drama (Meryl Streep)

Links

IMDb

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=_bXG1KBHqj0[/youtube]

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