Bad Day for the Cut

(Bad Day for the Cut, GBR, 2017)
Ação
Direção: Chris Baugh
Elenco: Nigel O’Neill, Susan Lynch, Józef Pawlowski, Stuart Graham, David Pearse, Anna Próchniak, Stella McCusker, Ian McElhinney, Brian Milligan
Roteiro: Chris Baugh, Brendan Mullin
Duração: 99 min.
Nota: 5

Nada do que se vê no filme irlandês Bad Day for the Cut, disponível no catálogo da Netflix, é realmente original. Trata-se de mais um filme de vingança, que bebe na fonte de vários outros sobre o mesmo tema, como aqueles assinados pelos irmãos Coen, mas que faz isso de maneira natural e elegante.

É na simplicidade de seu protagonista, um fazendeiro de certa idade que ainda vive com a mãe e, de certo modo, abandonou a própria vida, e na transformação por que passa depois de um evento específico que o filme encontra a sua força. Aquele que revidava insultos com palavras, entrega-se a uma violência catártica inesperada.

Ainda que aquele personagem vivido por Nigel O’Neill e sua jornada sejam suficientes para fazer com que o interesse se mantenha, o desequilíbrio do longa-metragem incomoda. É como se o diretor Chris Baugh estivesse parado em um modelo que ele sabe que funciona, mas deixasse de lado a inventividade, como alguém que treinou bastante uma técnica e consegue executar bem uma atividade, mas não sabe como agir se algo surpreender. Algo como tentar fazer com que Kaká jogue bola como Ronaldo Fenômeno.

A irregularidade da direção está na condução dos atores, dependendo da qualidade interpretativa de cada um deles e até na construção da tensão. Ainda que conte com passagens brilhantes, onde o thriller realiza-se completamente, há muitas sequências que seguem na direção contrária e acabam perdidas na intenção.

O roteiro, de Baugh e Brendan Mullin, trabalha bem a trajetória de seu protagonista e consegue construir antagonistas e coadjuvantes interessantes, mas tropeça nas tentativas de reviravoltas e se perde em um final um tanto quanto óbvio.

Curiosamente, com tantos problemas no meio do caminho, Bad Day for Cut é um filme que, de algum modo, faz com que suas qualidades ainda apareçam mais e, inesperadamente, gera um interesse genuíno naqueles que acompanham o filme.

Um Grande Momento:
Panela de feijão.

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