Baronesa e Vando Vulgo Vedita conquistam Tiradentes

Foram anunciados ontem (28), os vencedores dos Troféus Barrocos da 20ª edição da Mostra de Tiradentes. Em um ano que voltou as lentes, os debates e o olhar para a questão da presença da mulher no cinema nacional, o docudrama Baronesa, dirigido por Juliana Antunes e que conta a história de duas mulheres da periferia, foi escolhido como o melhor longa-metragem pelo Júri da Crítica.

O filme mineiro ainda levou mais um Barroco para casa. O prêmio Helena Ignez, entregue a mulheres que se destacaram em qualquer função no set, foi recebido pela primeira vez na história da Mostra pela diretora de fotografia Fernanda de Sena.

Entre os curtas-metragens, o destaque da noite foi o curta Vando Vulgo Vedita, dirigido por Andréia Pires e Leonardo Mouramateus. Livre, jovem e contagiante, o filme foi o escolhido pelo Júri da Crítica e ainda ganhou o Prêmio Canal Brasil de Curtas.

Os escolhidos do Júri Popular foram o curta Procura-se Irenice, um resgate impressionante de uma atleta que foi apagada pela ditadura militar, e o longa Pitanga, documentário sobre o ator Antônio Pitanga.

Confira abaixo a lista completa de premiados:

Melhor curta-metragem Júri Popular
Procura-se Irenice (SP), de Marcos Escrivão e Thiago B. Mendonça

Melhor curta-metragem pelo Júri da Crítica, Mostra Foco
Vando Vulgo Vedita (CE), de Andréia Pires e Leonardo Mouramateus.
“Por instaurar uma vibração que transforma cada plano em um território lúdico, aberto à imprevisibilidade dos jogos de encenação; por traduzir, com frescor e beleza, uma experiência contemporânea de comunidade e resistência, frente aos extermínios em curso; por incluir a performance como estratégia narrativa no cinema.”

Melhor longa-metragem pelo Júri Jovem, Mostra Olhos Livres, Prêmio Carlos Reichenbach
Lamparina da Aurora (MA), de Frederico Machado.
“Pela singularidade irredutível da sua forma, este filme se distancia, de maneira absoluta, dos centros de gravidade habituais do cinema brasileiro. Um filme cujo desejo expressionista força a linguagem em direção ao inconsciente de si mesma e dos personagens: são olhos livres que percebem o que ainda não tem forma definida. Mais vale a força da experiência que o determinismo da gramática. Uma questão, sobretudo, de cinema, para além de qualquer função meramente comunicativa da linguagem.”

Melhor longa-metragem da Mostra Aurora, pelo Júri da Crítica
Baronesa (MG), de Juliana Antunes.
“Pela cumplicidade sem condescendência em relação às pessoas filmadas; pelo enfrentamento de estereótipos apaziguadores da boa consciência; pelo reconhecimento e afirmação da alegria e do prazer em meio aos desastres da experiência social brasileira; pela retenção da violência do extracampo; pelos riscos da mise en scène, ao assumir um gesto fílmico na iminência de desabar.”

Prêmio Helena Ignez para destaque feminino
Fernanda de Sena, diretora de fotografia de Baronesa (MG).
“Pela ressignificação do olhar sobre um universo de exclusão; pelo rigor da imagem e abertura do cinema ao mundo filmado; pela ocupação qualificada do espaço, numa função raramente conduzida por mulheres.”

Prêmio Canal Brasil de Curtas
Vulgo Vando Vedita (CE), de Andréia Pires e Leonardo Mouramateus

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