Big Little Lies

( Big Little Lies,EUA, 2018-)
Drama
Criador: David E. Kelley
Temporada: 2-
Elenco: Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Shailene Woodley, Zoë Kravitz, Laura Dern, Meryl Streep
Duração média: 42 min.
Canal Netflix
Onde ver: HBO Go

[/box-novo]

A proposta de solidariedade entre as mulheres para apoio mútuo em busca de igualdade (mesmo que nas questões mínimas do cotidiano, e sobretudo nas decisões e direito de ação e reconhecimento) e liberdade (seja de seus atrozes ou seja referente à autonomia para poder ser, ir ou pensar como quiser), combinada com a promoção de todas as vozes sem qualquer distinção por classe social, etnia, posição política, ou qualquer outro possível julgamento traduz a ideia de Sororidade.  Big Little Lies, na HBO GO te faz mergulhar nesse tema, apresentando todas as violências às quais as personagens são submetidas e no crescimento da consciência delas sobre a necessidade do companheirismo e da empatia para poderem cuidar umas das outras. 

A vida de aparência perfeita de mães ricas e de imagem ilibada se desmantela quando uma mãe solo se muda para a região e coloca seu filho na mesma escola de suas crianças. Os questionamentos internos sobre conceitos como liberdade, igualdade e justiça se afloram e tudo que há de mais tenebroso emerge da camada feita para a aparência social, chegando ao extremo de uma morte suspeita. Tensão, drama e muita raiva são combinados no roteiro para te fazer sentir e pensar que são sempre os opressores mais cruéis que se irritam quando se fala de liberdade e independência.

Com elenco de estrelas a série mostra Madeline (Reese Witherspoon) que adora se envolver em assuntos da escola entrar em conflito com Renata (Laura Dern) dentre outras coisas para defender a nova amiga Jane (Shailene Woodley) de acusações injustas sobre seu filho. Enquanto isto, Celeste (Nicole Kidman) sobre cada vez mais agressões do marido e entra em um processo de transformação interna em busca de autonomia, ao fortalecer a amizade com Madeline e Jane que trazem pluralidade de visões e acolhimento para o grupo.

O que é bem incrível é que os homens retratados na fantasia nada se diferenciam daqueles que possivelmente já te cruzaram em algum momento na vida, e nada longe demais (ou o bastante) em alguns casos. Tem marido doce, cuidadoso, generoso e que super divide as responsabilidades, além de se orgulhar do crescimento da companheira, tem aquele que se desculpa pela dedicação árdua no trabalho e pelo dinheiro deixando de lado a relação e o equilíbrio de tarefas e respeito, e tem o agressor que segura forte, empurra, bate, sufoca e/ou fala coisas terríveis para diminuir a parceira. Ah, tem estuprador e pai que abandona filho… enfim, uma série de gente normal.

Nenhuma das personagens é perfeita também, tem flerte ex-conjugal, chata intrometida, rica esnobe, fofoqueira, mentirosa e tals, aquela rivalidade com intriguinhas também se destaca muito, mas ao longo dos episódios o conceito de imperfeição e diferenças se descola tanto da fotografia da violência (seja física, seja psicológica) que tudo perde relevância, deixando apenas o desejo visceral de ajudar a proteger ilimitadamente as violentadas. Com este pano de fundo, quando as mulheres se unem para se ajudarem é a mágica transformadora citada por Kate Millett lá nos anos 70 quando falava de aliança feminina (sisterhood) para alcançar objetivos comuns. 

Qualquer tragédia testemunhada se inicia muito antes de quando ela de fato ocorre, Big Little Lies, serve quase como um alerta para isto e te faz refletir sobre o grau de atenção que se é preciso empregar no dia a dia para que coisas assim não ocorram (ou com quem está próximo, ou contigo ou com qualquer pessoa no mundo). Afinal de contas, levar uns tapas ou ser tratada sem respeito devido não é exatamente o contrário de tragédia que venha a ser comédia, não é mesmo?

O Melhor Episódio
T01E07 – You Get What You Need

Ver “Big Little Lies” na HBO GO

Série em Cenas

Sair da versão mobile