Bohemian Rhapsody

(Bohemian Rhapsody, GBR/EUA, 2018)
Drama
Direção: Bryan Singer
Elenco: Rami Malek, Lucy Boynton, Gwilym Lee, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Aidan Gillen, Allen Leech, Tom Hollander, Mike Myers, Aaron McCusker
Roteiro: Roteiro
Duração: 134 min.
Nota: 5

Freddie Mercury é um artista que faz falta ao mundo. Falecido em 1991, vítima de complicações causadas pela AIDS, o frontman da banda britânica Queen tinha uma voz poderosa e um controle absoluto do palco. Sua história e a de sua banda chega agora aos cinemas com Bohemian Rhapsody, em uma biografia autorizada.

Todos os problemas que poderiam decorrer deste “autorizada” da frase anterior podem ser percebidos na tela. A história é moldada para que nada saia do controle e dos limites do aceitável para os membros da banda sobreviventes. Há delimitações engessadas de personalidades e uma narrativa muito calculada para que todos os acontecimentos encontrem suas justificativas.

O ambiente extremamente controlado e por vezes piegas, bem contrário às biografias do rock, não pode ser ignorado, mas toda a historinha vem embalada por canções que marcaram a maioria das pessoas que assistem ao filme. E é difícil não se render aos hits escolhidos para a trilha sonora. Quem se importa se a cronologia está toda errada se o que se vê na tela é a multidão acompanhando Freddie aqui no nosso Rock in Rio em “Love of My Life”?

A mesma coisa com a gravação do álbum mais icônico, do qual faz parte a música que empresta o nome ao filme, que, por mais que os conhecedores da música saibam não se tratar de um Pet Sounds ou um Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, foi tão marcante e deixou fãs de várias idades e nacionalidades.

Essa força das músicas e de seu apelo com o público são muito conscientes no trabalho dos diretores Bryan Singer, demitido no meio das filmagens, e Dexter Fletcher, seu substituto. Há um destaque óbvio nas execuções quase integrais e nos consequentes videoclipes, assim como nas reconstituições das apresentações no palco.

Aqui é preciso falar também da atuação de Rami Malek. Embora fisicamente distante de Freddie Mercury e de alguns momentos em que se percebe um exagero nos trejeitos para chegar ao cantor, o ator consegue chegar onde precisava e termina o filme praticamente transmutado.

O conjunto de atuações, músicas, uma ótima reconstituição de época, e até a trama remontada do fraco roteiro levam ao grande ponto de Bohemian Rhapsody, quando a histórica apresentação no Live Aid, em 1985, é recriada quase em sua íntegra.

É muito bom estar ali na sala, com aquelas músicas novamente e revendo alguém tão familiar dominando o palco. Naqueles vinte minutos, dos problemas do filme, até se esquece.

Um Grande Momento:
Live Aid.

Oscar 2019
Melhor ator (Rami Malek), melhor montagem (John Ottman), melhor edição de som, melhor mixagem de som

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