(The Boy, EUA/CHI/CAN, 2016)
TerrorDireção: William Brent Bell
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, James Russell, Jim Norton, Diana Hardcastle, Ben Robson
Roteiro: Stacey Menear
Duração: 97 min.
Nota: 4
Para fugir de um relacionamento abusivo, Greta Evans aceita o emprego de babá em uma antiga casa no interior da Inglaterra. Porém, ao chegar no lugar, descobre que a criança de quem cuidará é, na verdade, um boneco de porcelana.
Tratado como o filho do casal, que morrera 20 anos antes em um incêndio, Greta precisa seguir uma extensa lista de regras para cuidar do objeto na ausência dos pais. Coisa que faz a princípio, mas resolve testar depois.
Ainda que se diferencie na criação da atmosfera, com o uso comedido dos sustos e a utilização acertada de elementos cênicos, o diretor William Brent Bell não consegue resistir a outros clichês, o que faz com que sua história, já problemática no argumento, esteja muito longe de ser original como ele pensa.
Não que a ideia seja ruim ou impossível de chegar a algum lugar. Há um certo charme na questão daquele boneco e de como o relacionamento entre ele e Greta vai se desenrolando, além de uma boa base para um eficiente terror psicológico. Mas essas não era exatamente a intenção do filme, que se perde bastante em seu desfecho.
O roteiro, assinado por Stacey Menear, já dava sinais de fraqueza a princípio, ao possibilitar todo o desenrolar da trama sobre uma única fragilidade conhecida da protagonista, vivida por Lauren Cohan, a Meg do seriado The Walking Dead. Com isso, o Boneco do Mal se complica pela falta empatia inicial, mesmo tratando de um tema delicado e de fácil identificação.
Sabe-se que o terror aceite situações esdrúxulas, mas elas são pontuais e, de certa maneira, tornaram-se um meio de criar a ação em títulos mais recentes, mas é necessário o mínimo de identificação prévia com os personagens. Um passado não visto e mal explorado, por exemplo, não pode servir para a manutenção de uma situação.
E há ainda um apanhado de facilidades, como o surgimento de Cole na casa, e de obviedades, como os pais com as pedras. Tudo demonstrando que, por mais que houvesse alguém por trás daquilo com algum feeling e boas intenções, precisaria ir muito mais longe e esquecer muita coisa pelo caminho para chegar em algum lugar. Além do roteiro, a direção de Brent Bell também encontra alguns problemas na distribuição da ação e na idealização poética de planos que não mereciam tanta atenção assim.
Ao final da projeção, a impressão é de que o que se viu já foi visto antes, deixando para trás uma lembrança forte na composição da trama, como um misto de O Massacre da Serra Elétrica, curiosamente o primeiro filme cinematografado por Daniel Pearl, diretor de fotografia aqui; do terrir neozelandês Housebound, e do famoso Brinquedo Assassino.
Ou seja, Boneco do Mal é mais um dos muitos exemplares do gênero que, embora tragam alguma renovação, são vistos sem muita empolgação e facilmente esquecidos depois.
Um Grande Momento:
Conhecendo Brahms.
Links
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