Caçadores de Obras-Primas

(The Monuments Men, EUA/ALE, 2014)

Ação
Direção: George Clooney
Elenco: George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, Cate Blanchett, John Goodman, Jean Dujardin, Hugh Bonneville, Bob Balaban, Dimitri Leonidas, Justus von Dohnányi, Holger Handtke
Roteiro: Robert M. Edsel, Bret Witter (livro), George Clooney, Grant Heslov
Duração: 118 min.
Nota: 5

Na Segunda Guerra Mundial, fazia parte do plano de dominação do führer trazer para as mãos alemãs boa parte de objetos que representassem a cultura ocidental. O roubo de livros e obras de artes de coleções pessoais, igrejas e museus era parte importante do ideal nazista.

A coleção de objetos apreendidos seria destinada a um enorme complexo, o Führermuseum. Na cabeça do ditador, nada mais natural do que o povo mais poderoso e influente da Europa ser o proprietário dos símbolos culturais do Novo Mundo. Aquilo que era clássico e do gosto nazista, era mantido. A arte moderna, menos importante segundo eles, era destruída.

Tentando recuperar parte das obras de arte, uma comissão de especialistas foi criada e enviada para o fronte. Essa é a história do novo filme de George Clooney, Caçadores de Obras-Primas.

A premissa interessante, um desenho de produção caprichado e o bom começo, que remete a filmes hollywoodianos antigos em estrutura e simpatia, ajudam a chamar a atenção do público. O elenco de veteranos aumenta a curiosidade pela história contada.

O destaque fica com a divertida dupla Garfield e Clermont, vivida por John Goodman e Jean Dujardin, respectivamente, e com as participações de Cate Blanchett, como a espiã francesa durona Claire Simone, e de Bill Murray como o arquiteto Campbell.

Porém, nem todo o interesse do mundo resiste à direção e roteiro atrapalhados de Clooney. Há coisas boas, mas outras nem tanto assim. A falta de equilíbrio na distribuição da ação, diálogos longos e maçantes, o patriotismo exarcebado e uma certa inconsistência no aproveitamento de momentos incomodam até o desfecho do filme.

Há passagens que apelam para os clichês do holocausto, como quando em uma das minas os especialistas dos aliados encontram uma moldura com o nome de Pablo Picasso queimado. O duro golpe acaba se perdendo na repetição de algo já muitas vezes visto. Ainda que a intenção tenha sido comparar as perdas, o momento talvez não tenha sido muito feliz. A impressão é de faltou crença na carga dramática da situação.

Mas nada se compara ao patriotismo exagerado. Pode faltar muita coisa ao filme, mas não a bandeira dos Estados Unidos, que está sempre por ali, em algum lugar, tentando demonstrar que graças aos americanos tudo voltou a ser como era antes. Usar esse tipo de propaganda nos dias atuais é ultrapassado, desnecessário e extremamente bobo. Compromete!

Um Grande Momento:
Garfield dá cobertura a Clermont.

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