(Confia em Mim, BRA, 2014)
SuspenseDireção: Michel Tikhomiroff
Elenco: Mateus Solano, Fernanda Machado, Fernanda D’Umbra, Bruno Giordano, Geraldo Rodrigues, Antonio Saboia
Roteiro: Fabio Danesi
Duração: 85 min.
Nota: 7
Algo fundamental para o desenvolvimento do cinema comercial é a variedade de gêneros. Ainda tímida no Brasil, ela começa a aparecer nas telonas. Indo muito mais além das comédias globais que dominam o mercado atual e do cinema autoral, que agrada mais a crítica do que os pagantes.
Confia em Mim é uma dessas tentativas de fugir aos dois extremos que dominam a produção atual. Contando com a presença no elenco um nome popular como o de Mateus Solano (O Menino no Espelho), recém saído de um papel de sucessos nas novelas da maior emissora do Brasil, o filme é uma espécie de thriller e, consegue chegar lá, funcionando muito bem como entretenimento.
A história contada é a de Mari, uma chefe de cozinha que sonha em ter seu próprio restaurante. Em uma degustação de vinhos, ela conhece o cara dos seus sonhos, Caio. Aquele que vai ajudá-la a realizar o grande sonho de sua vida. Mas nada é exatamente aquilo que parece ser.
Além da história interessante, que poderia até parecer surreal se não fossem muitos os casos parecidos relatados por pessoas reais, o longa ainda se preocupa com uma mínima construção da protagonista, respeitando a regra de que é necessário conhecer uma personagem para se ter empatia com ela.
Confia em Mim é a estreia da parceria de Michel Tikhomiroff e Fabio Danesi nos longa-metragens. Parceria que rendeu bons frutos na televisão com as séries O Negócio, da HBO, e Julie e os Fantasmas, voltada para as crianças.
Tikhomiroff, filho do produtor João Daniel Tikhomiroff, já vem mostrando em sua filmografia alguma vontade de variar. Além de produzir os filmes Besouro e Corações Sujos juntos com o pai, é co-produtor da comédia romântica Mato sem Cachorro e está envolvido com a nova comédia de Ian Sbf, o diretor do canal de esquetes Porta dos Fundos, Entre Abelhas.
Bem atuado pelo casal Solano e Fernanda Machado (Tropa de Elite), e competente no ritmo, o filme só se perde um pouco em uma inserção narrativa, quando precisa alternar histórias, mas nada que comprometa o resultado tanto assim. Funcional, cria a tensão necessária, prendendo o espectador à história até o final que, diferente do que há por aí, consegue surpreender.
Mais um demonstração de que, no Brasil, várias pessoas buscam criar um cinema acessível e avesso a facilidades. É bom saber que hoje em dia temos opções comerciais que garantem uma nova diversão, sem querer se perder em reflexões sem fim e nem apelar ao humor gratuito e desnecessário.
Sem dúvida, uma boa surpresa.
Um Grande Momento:
O relógio.
Links
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