Como um blog tem essa característica mais imediata e fácil de modelar, vários pedidos e experiências foram feitos ao longo do caminho. Alguns deram certo, outros nem tanto e o Cenas de Cinema foi se transformando.
Esse mês temos algumas novidades. Além da coluna Lendo Cinema, prevista para a segunda quinzena de agosto, começa hoje a publicação da coluna Credencial. Nela, o colunista vai falar do que acontece nos festivais de uma maneira mais pessoal e informal. Espero que gostem.
A idéia era começar a escrever ontem mesmo sobre o Festival de Gramado, na minha opinião o mais charmoso do circuito brasileiro, mas a correria do dia, somada à chuva sem fim e ao cansaço gelado após a projeção de ontem acabaram adiando para hoje a tarefa.
O frio, como quase sempre, está presente para deixar tudo mais bonito e elegante, mas é uma pena que tenha chovido. Não tem casaco, gorro e meia que adiate quando gotinhas chatas e geladas insistem em entrar em contato o corpo. Não sei se é assim com todos, mas eu fico bem irritada.
Como em todos os anos, a cidade está cheia de artistas globais (daqui a pouco, com a entrada da Record na história, esse nome não serve mais) e, consequentemente, de câmeras fotográficas e fãs que querem estar perto de seus ídolos.
O espaço também é dividido com vários realizadores, nomes exclusivamente do cinema nacional, críticos e jornalistas de vários veículos, jurados e cinéfilos.
As projeções foram abertas com o clássico do cinema latino-americano Memória do Subdesenvolvimento, do cubano Tomaz Gutiérrez Alea mas que, embora seja um grande filme e eu adore rever, não agradou tanto ao público. Várias pessoas saíram antes da conclusão e teve até casal que entrou no meio da sessão, sentou atrás de mim e resolveu discutir a relação.
Independente da aceitação, a escolha é importante por demonstrar uma tentativa de retomar a característica mais engajada do festival, a de se voltar para o cinema independente, não tão conhecido, deixando um pouco de lado o esquemão comercial que, afinal de contas, já tem suas premiações a la Academy Awards. O Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro e o Festival de Paulínia que o digam.
Vou atualizando vocês com mais notícias da serra gaúcha ao longo da semana. Agora que consegui vestir meus três casacos e achei minha toca-echarpe ficou bem mais fácil. Só falta mesmo a luva.