(À coeur ouvert, FRA/ARG, 2012)
DramaDireção: Marion Laine
Elenco: Juliette Binoche, Édgar Ramírez, Hippolyte Girardot, Amandine Dewasmes, Aurélia Petit, Bernard Verley, Elsa Tauveron, Romain Rondeau
Roteiro: Mathias Énard (romance), Marion Laine
Duração: 87 min.
Nota: 6
Mila e Javier são um casal de cirurgiões cardíacos bem-sucedidos. A vida de ambos parece se limitar ao trabalho e aos momentos em que passam trancafiados em seu apartamento, trocando juras de amor e fazendo sexo. Muito sexo.
Problemas no paraíso começam a surgir quando Javier, a estrela do centro cirúrgico, é afastado por problemas com álcool e Mila assume as principais operações. Para agravar a situação, a doutora se descobre grávida e o amor do casal é posto à prova.
Juliette Binoche interpreta Mila, uma esposa completamente dedicada ao marido, que está sempre minimizando o comportamento egocêntrico dele e pondo sua vontade em segundo plano para não desagradá-lo. Já Javier, vivido pelo venezuelano Édgar Ramírez (Fúria de Titãs 2 e A Hora Mais Escura), é o retrato do médico brilhante, mas que não consegue ter equilíbrio emocional. Bebe bastante, não assume o vício e tem acessos de fúria quando algo ou alguém atinge sua vaidade ou rouba a atenção da esposa.
De Coração Aberto conta a história desta relação conturbada. O começo do filme nos mostra a paixão avassaladora que domina os dois. Tudo é perfeito enquanto Javier está no comando e os holofotes apontam para ele. Arruma a casa, é carinhoso e se preocupa em manter a esposa apaixonada.
O desgaste da relação começa quando a situação se inverte e Mila, que se contentava em ser coadjuvante, ganha espaço no hospital. A inesperada gravidez da médica, que poderia surgir como um suspiro no casamento, vira mais um motivo para brigas, crises de ciúmes e porres cada vez mais constantes.
Ambientado a maior parte do tempo nos corredores do hospital e no apartamento, o filme limita-se a mostrar as brigas, a bebedeira de Javier e fica preso neste ciclo do médico que não consegue voltar a trabalhar porque bebe e bebe porque não consegue trabalhar, perdendo a oportunidade de se aprofundar na complexidade do drama de cada personagem e retratar melhor o caminho destrutivo que o relacionamento passa a seguir.
De Coração Aberto tem algumas metáforas interessantes, mas é cheio de clichês e escorrega no melodrama em alguns momentos. São as boas atuações de Binoche e Ramírez que salvam a produção. A sintonia e o carisma de ambos são, sem dúvidas, as melhores coisas do filme.
Apesar de toda paixão em cena, De Coração Aberto é um filme sem alma que não consegue conquistar o espectador.
Um Grande Momento:
A briga no apartamento.
Links
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