Destinos Ligados

(Mother and Child, EUA, 2009)
Drama
Direção: Rodrigo García
Elenco: Annette Bening, Eileen Ryan, Samuel L. Jackson, Naomi Watts, Cherry Jones, Kerry Washington, David Ramsey, Jimmy Smits, Carla Gallo, Marc Blucas, David Morse, Amy Brenneman
Roteiro: Rodrigo García
Duração: 125 min.
Nota: 5 Narrativas com vários núcleos e histórias paralelas que se unem em algum ponto fazem um relativo sucesso no cinema. Que o diga Robert Altman – o melhor na prática, Alejandro Gonzáles Iñarrítu e outros. Não deixa mesmo e ser uma maneira interessante de contar histórias e envolver o espectador, mas precisa ser bem medida, pensada e equilibrada.

É o que falta ao sensível, porém asséptico demais, Destinos Ligados, de Rodrigo García, um diretor que, infelizmente, ainda é mais lembrado por ser filho de Gabriel García Marquez do que pelas suas obras cinematográfica. García estreou no cinema com um filme de vários núcleos, o bonito Coisas Que Você Pode Dizer Só de Olhar para Ela, e volta agora ao universo feminino com histórias de maternidade, focando, principalmente, a adoção.

Com 14 anos, Kate engravidou do namorado e entregou o bebê para adoção. Sem nunca conseguir superar a sua escolha, ela vive uma vida amarga e sozinha, dividida entre os cuidados com a mãe e seus pacientes, em uma clínica de fisioterapia. Elizabeth é uma mulher insensível e independente que sabe como mesclar sua dureza e sensualidade para conseguir aquilo que quer. Lucy percebe que chegou a sua hora de ser mãe mas, por problemas biológicos, não pode engravidar e parte para a adoção.

Ainda que tenha diálogos ácidos e trabalhe bem com o silêncio dos personagens, falta coragem ao filme, principalmente pelo tema abordado. Várias cenas se perdem no excesso do melodrama e na falta de confiança no potencial dramático do que está sendo contado.

Esses exageros e algumas subtramas superficiais e desnecessárias cansam o espectador, fazendo justamente o inverso do esperado quando se reduz o número de histórias paralelas. Nesse caso, três. Com o envolvimento comprometido, o filme se apóia nas interpretações dos atores, todos muito entregues e convincentes, com destaque para a amargurada Kate de Annette Bening e o casal vivido por Naomi Watts e Samuel L. Jackson.

Além disso, o próprio tema faz com que o filme mantenha-se interessante e, entre alguns tropeços, emocione os menos implicantes. Mas a impressão de “poderia ser tão melhor” é inegável.

Um Grande momento

Karen e Paco tentando se conhecer melhor.

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