Divã

(Divã, BRA, 2009)

 

Comédia

Direção
: José Alvarenga Jr.

Elenco: Lilia Cabral, José Mayer, Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond, Alexandra Richter, Eduardo Lago, Paulo Gustavo, Elias Gleizer

Roteiro: Martha Medeiros (livro), Marcelo Saback

Duração: 90 min.

Minha nota: 8/10

Quando minha filha era pequena, lá no início dos anos 90, comprei para ela uma coleção de CDs de histórias infantis muito conhecidas contadas por grandes nomes do teatro e da TV. A favorita dela (e minha também) era a história da Chapeuzinho Vermelho contada por Lilia Cabral. Além de vozes muito divertidas, a intensidade da atriz fazia com que quase víssemos tudo aquilo acontecendo.

O tal CD me fez ver ainda mais o quanto a atriz é poderosa e supercompetente no que faz e completou suas fantásticas atuações como a Hera do Sítio do Pica-Pau Amarelo, a divertida Bárbara de Chocolate com Pimenta e a desequilibrada e marcante Marta, de Páginas da Vida (papel que lhe rendeu uma indicação ao Emmy).

No teatro, a atriz também chama a atenção e o seu maior destaque está justamente na peça Divã, sucesso de público e de crítica que ficou bastante tempo em cartaz e, agora, ganha a sua versão cinematográfica.

Quem conta a história ao público, que invade sua sessão de psicoterapia, é Mercedes. Nestas conversas passamos por vários momentos da vida desta professora particular de matemática e pintora. Conhecemos seus amores, seus medos, suas realizações e sua força.

O filme tira sua força justamente da interpretação dedicada e consciente de Lilia Cabral, que consegue, em um simples olhar, transmitir tudo o que está se passando. Mas também conta com a participação fantástica de Alexandra Richter e Paulo Gustavo. Além da beleza de José Mayer, Reynaldo Gianecchini e Cauã Reymond.

O mais impressionante do roteiro do ator Marcelo Saback é o passeio competente entre as emoções dos espectadores. Em 90 minutos vamos do riso frouxo ao choro soluçante sem perceber exatamente o porquê disso e isso, sem dúvida nenhuma, é o conquista o público.

Como nem tudo são flores, a direção de José Alvarenga Jr. (Os Normais), muito competente no trato com os atores, peca na familiaridade com o formato de televisão. Alguns movimentos de câmera e enquadramentos tão conhecidos da telinha não precisavam estar ali.

Pessoalmente, tive tantas passagens de vida parecidas com a de Mercedes que fui completamente envolvida pelo que vi. Faz tempo que um texto não mexe tanto comigo e me envolve completamente. Adorei!

O que fica de toda a experiência é justamente a capacidade de comunicação com o público que, recém re-batizado pelo também televisivo mas bom Se Eu Fosse Você 2, deve voltar a lotar os cinemas.

Palmas para a iniciativa e para a sempre fantástica Lilia Cabral que tem aqui uma espécie de reconhecimento mais do que merecido por toda a sua carreira.

Um Grande Momento

Vou ter que destacar dois: “eu não estou sentindo nada” e o empréstimo do vestido.

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