Doutor Estranho

(Doctor Strange, EUA, 2016)
Ação
Direção: Scott Derrickson
Elenco: Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams, Benedict Wong, Mads Mikkelsen, Tilda Swinton, Michael Stuhlbarg, Benjamin Bratt
Roteiro: Steve Ditko (quadrinhos), Jon Spaihts, Scott Derrickson, C. Robert Cargill
Duração: 115 min.
Nota: 7

A arte de vanguarda é pouco consumida e muito questionada. No entanto, esse tipo de produção cultural serve como combustível para outros realizadores, que podem se inspirar a fazer criações para um público mais amplo com elementos que coletaram em obras mais limítrofes. É o que acontece com Doutor Estranho.

O novo filme da Marvel conta a história de Dr. Stephen Strange (Benedict Cumberbatch, de Aliança do Crime), um cirurgião arrogante que precisa reavaliar sua conduta e suas crenças quando um acidente automobilístico inutiliza suas mãos. Ele parte para o Oriente onde será treinado pela Anciã (Tilda Swinton, de Ave, César!) para despertar a magia e obter o poder de atravessar diferentes dimensões.

São nesses passeios interdimensionais que Doutor Estranho traz mais ousadias. Há um espetáculo visual impactante, do tipo que faz valer os ingressos Imax 3D. Tais sequências são assumidamente inspiradas na animação Fantasia (1940) e em 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968). O primeiro foi um acachapante fracasso de bilheteria na época de seu lançamento, e só fechou as contas décadas depois. Já 2001 é acusado por muitos de ser um filme indecifrável e sem qualquer sentido.

As apropriações de referências desse calibre colocam a plateia acostumada apenas a blockbusters em contato com um tipo de cinema diferente. De quebra, concedem ao longa identidade própria, algo crucial para se destacar em um momento com tantas produções de super-heróis tomando de assalto o circuito exibidor.

Finalmente, com uma proposta cinematográfica mais robusta, Doutor Estranho foge da pasmaceira que pode assolar os chamados “filmes de origem”, praticamente uma obrigação depois que Deadpool (2016) desafiou as estruturas do gênero. O mago da Marvel não consegue escapar de todas as amarras inerentes à fórmula, mas termina com um saldo positivo.

Um Grande Momento:
A viagem interdimensional.

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