Seguindo uma tendência, os filmes de abertura escolhidos para as duas cidades são documentários musicais, subgênero que mais leva brasileiros às salas de cinema no dia-a-dia. Tropicália, de Marcelo Machado, sobre o movimento musical de Caetano Veloso e Gilberto Gil, abre o festival em São Paulo. No Rio de Janeiro, quem faz as honras é Jorge Mautner – O Filho do Holocausto, sobre essa emblemática figura da MPB, dirigido por Pedro Bial e Heitor D’Alincourt. As sessões de abertura são exclusivas para convidados, mas os filmes são reprisados na programação.
Com todas as demais sessões gratuitas, o festival acontece em São Paulo de 22 de março a 1º de abril no CineSESC, CCBB, MIS e Cinemateca Brasileira. No Rio, os cinemas Espaço Itaú de Cinema Botafogo, Oi Futuro Ipanema e o CCBB recebem o festival de 23 de março a 1º de abril.
Os selecionados
80 títulos bem diversos de 27 países foram selecionados para esta edição, sendo 25 em estreia mundial. Segundo Labaki, o fundador e diretor do festival, poucas edições foram marcadas pela pluralidade de registos como essa, “do filme-diário ao afresco planetário, da revisita ao passado íntimo ao exame da atual conjuntura sócio-econômica mundial, o arco é amplo e fascinante.”
A seleção internacional, dividida em mostras competitivas e informativas (Especiais, O Estado das Coisas e Foco Latino-Americano) traz filmes premiados em festivais como Sundance, DocLisboa, Fidocs, Amsterdã, Cannes e Veneza. O curta ganhador do Oscar deste ano, Salvando a Face, de Daniel Jung e Sharmeen Obaid, ganha projeção especial.
O diretor argentino Andrés di Tella é o tema da Retrospectiva Internacional, com a exibição do interessante curta Reconstituição do Crime da Modelo; um média sobre Macedónio Fernandez e seis longas, entre eles Golpes de Machado, sobre o cineasta experimental Claudio Caldini, e Motoneros, uma História, sobre o principal grupo armado da Argentina contra a ditadura militar.
Entre os doze títulos que competem na mostra internacional de médias e longas, olhos atentos para Cinco Câmeras Quebradas, de Emad Bornat e Guy Davidi; 1/2 Revolução, de Omar Shargawi e Karin El Haki; É na Terra Não É na Lua, de Gonçalo Toch, e Calafate – Zoológico de Humanos, de Hans Mulch.
O Brasil no É Tudo Verdade
A Retrospectiva Brasileira deste ano homenageia um dos maiores documentaristas do país, Eduardo Coutinho. Batizada de “Coutinho – o caminho até Cabra”, com sete títulos e dois debates, a mostra passeia pelo período de formação do cineasta até o clássico Cabra Marcado para Morrer. A cópia do filme, recém restaurada pela Cinemateca Brasileira será exibida no festival.
A produção nacional também está presente em outras mostras do festival. Será possível ver Xáreu – Memórias do Arraial, de Patrícia Ramos Pinto, Augusto Boal e o Teatro do Oprimido, de Zelito Viana, e Santos, 100 Anos de Futebol Arte, de Lina Chamie, entre outros.
Itinerância
Após passar por São Paulo e Rio de Janeiro, o É Tudo Verdade segue para as cidades de Brasília, de 10 a 15 de abril, e Belo Horizonte, em maio.
Mais informações sobre os filmes e programação completa no site do festival.