(Eden Log, FRA, 2007)
Não sem motivo. Desde as primeiras imagens, o filme impressiona quem o assiste. A escuridão, o som agoniante e alguns flashes de imagem já surpreendem ao aguçar ainda mais a curiosidade de todos na sala.
As surpresas continuam por todo o filme. Sem saber determinar muito bem o que está acontecendo, vemos um homem coberto de lama que tenta achar algum caminho. Ele parece estar entendendo tanto quanto seus espectadores, ou seja, nada.
A agonia é um elemento constante da platéia e as mensagens que chegam através de pessoas, que não são bem pessoas, vão tentando determinar do que se trata tudo aquilo. A história vai se formando na cabeça de quem vê o filme e toma o rumo da criatividade e curiosidade de cada um.
Se só um homem está em cena, o resto deve ser muito mais atraente. E é.
A fotografia do filme, de Thierry Pouget, é excelente e sabe como transitar entre o balanço da câmera na mão e as cenas estáticas. A iluminação, nada fácil já que se trata de um filme predominantemente escuro, é muito apurada e jogos com projeções, reflexos e filtros merecem um destaque. Os enquadramentos, muito bem pensados, chama a atenção.
O som não fica atrás e aproveita bem as possibilidades do ambiente da caverna e usa bem vários tipos de ruído e o resultado ainda fica mais apurado com a boa escolha da trilha sonora, que mesmo arriscada, é muito interessante.
A montagem é sensacional, principalmente quando conhecemos a segunda personalidade do protagonista.
O filme ganha muitos pontos com o visual e a ambientação. Indiscutivelmente, a melhor coisa do filme é a direção de arte. Todo o desenho de produção de Jean-Philippe Moreaux conseguiu criar um mundo completamente diferente e crível ao mesmo tempo. Para mim, é um dos melhores cenários criados nos últimos tempos.
No mais, temos um trabalho muito competente do ator Clovis Cornillac que quase não fala, mas consegue transmitir muito bem o seu recado. O roteiro é muito bom também e dá conta de provocar essa curiosidade no público até o final. Além de deixar, como os filmes franceses, que o público digira tudo aquilo que viu no tempo que achar mais adequado.
Apesar de todo o brilhantismo e grandiosidade, o filme se empolga mais do que devia no final e acaba deslizando. Poderia ter acabado um pouquinho antes.
Ainda assim, é imperdível!
Um Grande Momento
Dentro do cubo branco.
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Suspense
Direção: Franck Vestiel
Elenco: Clovis Cornillac, Vimala Pons
Roteiro: Franck Vestiel, Pierre Bordage
Duração: 98 min.
Minha nota: 7/10