Drama
Direção: Isabel Coixet
Elenco: Ben Kingsley, Penélope Cruz, Dennis Hopper, Patricia Clarkson, Peter Sarsgaard, Deborah Harry
Roteiro: Philip Roth (romance), Nicholas Meyer
Duração: 108 min.
Minha nota: 7/10
Ter o Ben Kingsley no elenco de qualquer filme é uma coisa que sempre chama atenção. Desde que conheci seu trabalho com Gandhi, tento acompanhar sua trajetória cinematográfica. Fatal estar listado entre os filmes selecionados para o FIC, foi quase um presente para mim.
Na tela vemos pela primeira vez David Kepesh, uma figura conhecida e marcante da literatura, presente em três livros do escritor Philip Roth: The Breast, The Professor of Desire e The Dying Animal. Foi este último o adaptado por Isabel Coixet e a escolha de Ben Kinsgley para o papel principal não poderia ser mais acertada.
Kepesh é um professor universitário que está envelhecendo e, em sua vida afetiva, nunca conseguiu aceitar qualquer tipo de compromisso. Sua indecisão e instabilidade pioram quando ele conhece Consuela, uma bela aluna cubana, e os dois começam uma relação que transita entre a posse e o desejo.
Nicholas Meyer, em sua segunda adaptação de um livro de Roth, faz um roteiro enxuto e consegue demonstrar muitos dos delicados e confusos sentimentos dos seres humanos. Principalmente quanto à velhice.
E tudo vai bem. Um roteiro interessante, uma diretora sensível e um elenco excelente, com Kingsley, um inspirado Dennis Hopper e uma bela Patricia Clarkson. Penélepe Cruz também não está mal, mas está aquela coisinha de sempre.
Alguma coisa começa a incomodar quando o longa vai chegando ao final. Talvez optar por um dos aspectos do livro, sem adaptá-lo como um todo, faria do filme uma obra de arte inesquecível. Se o filme terminasse depois da constatação da solidão madura, seria perfeito, mas não teria sido fiel ao livro. Talvez a solução fosse se concentrar mais na relação Kapesh e Consuela, deixando as percepções de vida do professor em segundo plano, o que também não seria fiel.
Então, pode ser que tenha faltado um pouco de coragem da diretora para encarar que seu filme ficaria melhor diferente do livro e assumir um “inspirado na obra”.
Mas o longa não é ruim por causa disso, pelo contrário é muito bom. Daqueles que a gente acompanha feliz por estar ali e indica depois que acaba. Uma bela e completa divagação sobre a velhice e as relações humanas.
Uma boa pedida quando a idéia é ver filmes com conteúdo, que fazem pensar.
Próximas sessões no festival: 07/11, às 21h30; 08/11, às 21h20.
Um Grande Momento
Na quadra de squash.
Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)
Festival de Berlim: Urso de Ouro
Links
FIC Brasília 2008