Férias

(Vacation, EUA, 2015)
Comédia
Direção: John Francis Daley, Jonathan Goldstein
Elenco: Ed Helms, Christina Applegate, Skyler Gisondo, Steele Stebbins, Chris Hemsworth, Leslie Mann, Chevy Chase, Beverly D’Angelo, Charlie Day, Catherine Missal, Ron Livingston, Norman Reedus, Keegan-Michael Key, Regina Hall
Roteiro: John Francis Daley, Jonathan Goldstein
Duração: 99 min.
Nota: 5
Onde ver: Netflix

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Uma família aparentemente feliz e em harmonia vive loucas aventuras durante as férias. Esse plot é um dos mais manjados da história do cinema, rendendo tanto filmes memoráveis quanto esquecíveis, não?

Eis que o hit atual durante essa quarentena “corona vairus” na Netflix é uma nova versão (?) do clássico da Sessão da Tarde, Férias Frustradas, concebido por Harold Ramis e que deu origem a uma franquia, tendo Chevy Chase e Beverly D’Angelo como os Griswold, o casal central. Eles retornam nesse Férias – versão 2015 – como os pais de Rusty Griswold (Ed Helms , de Se Beber, Não Case), que, assim como o pai, está obcecado com a ideia de proporcionar férias inesquecíveis para a família no parque temático Walley World.

Claro que a jornada dele, de Debbie (Christina Applegate, de Tudo Para Ficar com Ele) e dos dois filhos do casal não será feita sem percalços. O filme peca pelo ritmo alquebrado especialmente no primeiro ato, quando a sucessão de clichês firma a impressão de que Rusty é um fracassado em um casamento à deriva. A dinâmica entre as crianças não é muito diferente da do filme original, com um irmão (no caso, o caçula) fazendo bullying com o outro.

Com passagens cansativas e piadas que nem sempre funcionam bem na tradução, esse Férias é um bom passatempo, nostálgico ainda que descartável, que deve agradar tanto quem já é familiarizado com Clark, Ellen, Audrey e Rusty Griswold como quem é mais jovem e ainda não viu esses filmes ou mesmo não desenvolveu uma ligação afetiva com eles. Fato é que a jornada heróica deles tem poucos obstáculos que realmente ajudam no desenvolvimento narrativo ou mesmo um antagonismo interessante, o que permitiria que descambasse mais para uma comédia amalucada (screwball).

De repente, se a dupla de cineastas John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein tivesse escalado um elenco com mais participações especiais ou criado personagens cativantes como a Tia Edna (Imogene Coca), o primo Ed (Randy Quaid) e especialmente o guarda Russ (John Candy), as gags renderiam momentos mais espirituosos, menos forçados. Não que Helms não seja engraçado – ele se esforça a valer, mas não tem um texto esperto a seu favor como na série The Office – ou que Applegate não renda bons momentos na visita a sua irmandade da época da vida universitária, mas é muito pouco para as uma hora e meia de duração dessa versão.

Mas a dose de otimismo e escapismo que Férias traz renderam mais de 100 milhões de bilheteria na época em que foi lançado e não surpreende que hoje, no streaming, ele tenha caído no gosto popular.

Destaque ainda para a presença gloriosa e hilária de Stone Crandall, um australiano bonitão que serve como trampolim para que o Thor Chris Hemsworth revele seus volumosos dotes cômicos e algo a mais.

Um Grande Momento:
Lutando por um lugar na montanha russa.

Netflix

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