G.I. Joe: A Origem de Cobra

(G.I. Joe, EUA, 2009)

Nunca gostei muito da idéia de assistir G.I. Joe nos cinemas. Primeiro por achar que o filme não passava de uma grande bobagem sem muito embasamento e depois por não me animar muito em pagar o que se paga hoje nos cinemas para conferir um filme potencialmente irritante.

Mas, como toda boa mãe, tive que acompanhar o Rodrigo em mais essa aventura cinéfila e lá fomos nós conferir o filme dos “Comandos em Ação”, bonequinhos que estavam presentes na infância de quase todos os meus primos mais novos.

Na tela, tudo o que um filme pipoca precisa para fazer sucesso: embate claro entre o bem e o mal, roteiro rápido, falas curtas, correria, explosões, muita computação gráfica e algum romance. E G.I. Joe acaba sendo muito mais divertido do que eu esperava.

Algumas seqüências, como a da Torre Eifel que aparece no trailer, são realmente impressionantes e é fácil acabar envolvido com tudo aquilo que está acontecendo na nossa frente.

Mas, pelo que eu vi, a diversão não foi uma coisa compartilhada por todos.

Se o filme foi concebido para um público muito mais novo do que aquele que costumava brincar com os tais bonequinhos, o diretor errou a mão na violência e acabou deixando o filme impróprio para aqueles que seriam seus principais consumidores.

“É, o roteiro é até interessante, gostei da história dos ninjas, mas os diálogos são muito ruins”. Foram estas as primeiras palavras do Rodrigo ao final da projeção. Além de ele falar, mais de uma vez, que houve abuso dos efeitos especiais. “Era tanto, que algumas coisas ficaram muito mal feitas”.

Em filmes assim há, cada vez mais, uma enorme necessidade de mostrar o que se pode fazer com as novas e as velhas tecnologias. Para isso, coisas muito mais importantes, como o próprio diálogo, ou a coerência de ações, cores e movimentos, estão sendo relegados a um segundo plano e, cada vez menos, preocupam os produtores.

Infelizmente, o diretor e roteirista Stephen Sommers é um dos que enveredaram por este caminho. Vide a piora gritante de um filme para o outro da franquia A Múmia ou a negação que foi Van Helsing.

Tanto o exagero, quanto a despreocupação com o conteúdo, incomodaram também aos mais velhos que encontraram ainda outro problema: nada daquilo tinha a ver com as brincadeiras da infância, que, em sua maioria, eram criadas por eles próprios. Ou seja, aquilo que viam não tinha nada a ver com os “Comandos em Ação”, era uma deturpação de tudo e irritou bastante.

Assim, o programa acaba agradando muito mais aos que tinham poucos vínculos com o grupo que dá o nome ao filme e aos mais novos mesmo e, mesmo sendo bem divertido, não consegue perder esse gostinho de “poderia ser melhor”.

Entre as beldades do elenco, cada uma com o corpo mais perfeito do que a outra, o único que se destaca é o divertido Marlon Wayans. Ainda que não faça nada muito diferente de outras atuações suas, é o que parece estar mais à vontade com aquilo tudo.

Para dias em que pensar é última intenção.

Um Grande Momento

Indo do céu para dentro d’água.

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Ação
Direção: Stephen Sommers
Elenco: Dennis Quaid, Marlon Wayans, Channing Tatum, Sienna Miller, Rachel Nichols, Jonathan Pryce, Christopher Eccleston, Joseph Gordon-Levitt, David Murray, Arnold Vosloo
Roteiro: Stuart Beattie, David Elliot, Paul Lovett, Michael Gordon, Stephen Sommers
Duração: 118 min.
Minha nota: 6/10

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