(Kantoku – Banzai!, JAP, 2007)
Comédia
Direção: Takeshi Kitano
Elenco: Takeshi Kitano, Toru Emori, Kayoko Kishimoto, Anne Suzuki, Keiko Matsuzaka
Roteiro: Takeshi Kitano
Duração: 108 min.
Minha nota: 7/10
Filmes metalinguísticos que desconstróem quase tudo que conhecemos sobre cinema sempre valem a pena. Esperei ansiosa pela estréia em Brasília do filme Glória ao Cineasta! e posso dizer que dei boas gargalhadas e saí bem feliz do cinema.
O diretor Takeshi Kitano retoma seu apelido dos tempos de comediantes, Beat Takeshi, para contar uma parte de sua história. Depois de ficar famoso fazendo filmes sobre a Yakuza e os gângsters japoneses, Kitano se cansa de tanta violência e resolve testar outros gêneros.
Tem de tudo no filme: o cinema quase estático de Yasujiro Ozu, filmes românticos, drama passado nos anos 50, terror, ninjas e muito mais, mas nada com grande potencial. Até que o diretor começa a misturar tudo em uma só história, a que daria certo.
Cada um dos filmes começados e não terminados é uma delícia e não tem como não se entregar à experiência. A inaptdão para o terror e as crianças dos anos 50 são as melhores histórias. Depois que as coisas vão se incorpando em uma só história é que o ritmo desanda um pouco, mas não perde a sua graça.
Os personagens absurdos são muito bem defendidos pelos atores e o humor vai ficando cada vez mais escrachado e termina muito bem.
Tudo aquilo que estamos acostumados a ver no cinema está ali na nossa frente. As sequências aéreas dos filmes de espadachim, o filme dentro do filme inclusive faz referência a outro do diretor: Zaitochi; as exploração da pobreza através da imagem de crianças; os efeitos especiais a la Matrix; a luta de rua com cabelos e roupas ridículos; o magnata imbecil e seu filho infantilizado, e a apelação sexual em filmes de terror slash. E, claro, cada coisa com sua trilha sonora característica.
Tudo comandado por um diretor que transita muito bem entre gêneros como a ação e a comédia e que é conhecido hoje como o mais eclético diretor japonês.
Um programa perfeito para quem acompanha o trabalho de Takeshi Kitano e é fã do diretor. O filme pode desagradar aqueles que não gostam muito da comédia escrachada japonesa, que quando quer se parece demais com o humor fieto pelos Trapalhões aqui no Brasil.
Um Grande Momento
“…mas no lugar errado.”
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