Guerra

(Krigen, DNK, 2015)

Drama
Direção: Tobias Lindholm
Elenco: Pilou Asbæk, Tuva Novotny, Dar Salim, Søren Malling, Charlotte Munck, Alex Høgh Andersen, Dulfi Al-Jabouri, Phillip Sem Dambæk, Jakob Frølund
Roteiro: Tobias Lindholm
Duração: 115 min.
Nota: 7

Não foram apenas os Estados Unidos que se envolveram na guerra do Afeganistão, diversos países da Europa, entre eles a Dinamarca, enviaram suas tropas para lá  com a desculpa de ajudar na reconstrução do país.

Guerra, filme escolhido pelo país nórdico para representá-lo no Oscar deste ano, faz uma leitura do envolvimento em uma guerra que não é sua, expondo não só aqueles que estão participando do conflito armado, mas também aqueles que ficaram esperando por eles em casa.

O centro da narrativa é o oficial Claus Michael Pedersen. Acompanhamos o dia-a-dia de sua esposa que ficou na Dinamarca com três filhos pequenos, com o mais velhos deles demonstrando problemas pela ausência prolongada do pai, e o cotidiano do soldado na unidade destacada em um vilarejo afegão.

Sufocante na construção da trama, Tobias Lindholm, que completa aqui sua trilogia de homens em situações extremas precedida por R e Sequestro, usa enquadramentos e o tempo de cena para aproximar os espectadores de sua história. Aproveitando-se das cores predominantes em ambientes filmados e destacando a existência de cor no local longe do conflito, com um bom trabalho de arte de Thomas Greve (9. april) e Burak Yerlikaya (Kara Bela), distingue bem a contradição do longa-metragem.

Além de filmar muito bem as sequências de ação no Afeganistão. A cena da visita à aldeia e do ataque inimigo é tensa, impressionante e consegue transmitir toda a urgência necessária para a credibilidade da ação.

São as consequências deste ato específico que levam o filme de volta à Dinamarca, onde acompanhamos um outro lado da guerra cheio de questões éticas e dilemas, e alcançamos o lado burocrático, aquele que é visto por aqueles que nunca estiveram dentro do conflito, nunca tomaram medidas desesperadas e têm o poder de julgar as ações.

O longa conta com boas atuações de Pilou Asbæk (Lucy), como o comandante; Tuva Novotny (O Invisível), como sua esposa e Charlotte Munck (Headhunter), como a promotora de justiça. Além das consistentes direção de fotografia de Magnus Nordnhof Jønck (Labrador) e montagem de Adam Nielsen (Brothers), colaboradores do diretor em todos os filmes de sua trilogia.

Guerra é um filme poderoso em sua proposta e execução. E, por ser diferente do modo como a guerra vem sido filmada nos últimos tempos, merece ser assistido.

Um Grande Momento:
Sitiados na vila.

Oscar 2016 (indicações)
Melhor Filme em Língua Estrangeira (Dinamarca)

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=qRkE5ZrPzs0[/youtube]

Sair da versão mobile