(Insolação, BRA, 2009)
Em locações tão feias quanto a vida destas pessoas e uma ausência quase completa de tudo que conhecemos em uma cidade normal, o filme segue quase como uma alucinação, com histórias independentes que até tentam se unir pelo personagem falador de Paulo José e por sua própria solidão.
Mas a opção pela narrativa arrastada, muitos silêncios e um texto que não consegue comunicar faz com que o conjunto de cenas mais pareça uma tortura. E não adianta muito que só excelentes atores estejam em seu elenco ou que a direção esteja nas mãos de dois grandes nomes do teatro. A falta de uma comunicação com o público é fatal e não há monólogo de Paulo José que diminua isso.
O curioso é que o tempo todo o filme demonstra que as pessoas não escutam aquilo que as outras querem dizer e que o mundo está se tornando cada vez mais individual, sem lugar para o amor ou qualquer outra coisa feita com mais de uma pessos.
Mas fazer um filme que siga estes mesmo padrões “isolacionistas”, definitivamente, não é uma boa saída. Não há como transmitir a falta de interesse com algo desinteressante. Muita luz, imagens feias e conversas monólogas não compartilhadas, fazem de Insolação uma jornada desinteressante, que ficaria muito melhor como uma série de curtas.
Um Grande Momento
O Paulo José.
Drama
Direção: Felipe Hirsch, Daniela Thomas
Elenco: Paulo José, Simone Spoladore, Leonardo Medeiros, André Frateschi, Antônio Medeiros, Maria Luisa Mendonça, Leandra Leal, Jorge Emil, Eduardo Tornaghi, Daniela Piepszyk, Arduíno Colassanti
Roteiro: Will Eno, Sam Lipsyte, Felipe Hirsch, Daniela Thomas
Duração: 100 min.
Minha nota: 3/10