Irmão do Jorel

(Irmão do Jorel, BRA, 2014-)
Animação
Criador: Juliano Enrico
Temporada: 1 – 3
Duração média: 10 min.
Canal Cartoon Network
Onde ver: Netflix

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Jung desenhou o conceito de arquétipos que são conteúdos do inconsciente coletivo, atraindo experiências significativas, sendo “formas sem conteúdo que representam apenas uma possibilidade de percepção e ação”. Metaforizar elementos com arquétipos jocosos da nossa realidade é o que dá o charme da animação brasileira Irmão do Jorel disponível na Netflix (além do conteúdo para lá de educativo do bem que todos deveriam desejar para os filhos).

São múltiplas narrativas para compor os episódios que apresentam o dia a dia da família sob a ótica deste garotinho que de tão (in)significante seu nome não aparece, sendo apenas denominado como o Irmão de seu irmão. Jorel é o popular do bairro e do colégio que só traz orgulho para a família, esta, por sua vez, composta por mãe, pai, três filhos e duas avós que convivem numa casa normal, mas com muitas lições para uma criança cheia de criatividade e curiosidade poder crescer com uma cuca joia.

O conteúdo é voltado para o público infantil e adulto. Com boas sacadas tratadas com leveza, simbologias são retratadas por cores, formas e falas de personagens. Temas como amor, amizade, gênero e repressão são os que atraem o interesse dos adultos que podem se divertir para valer com a ironia e com a maravilhosa Vovó Juju, que dá vontade de levar três para casa de tão fofa.

Os pais são daqueles que apoiam super os filhos para que possam realizar seus sonhos. O pai, Sr. Édson, dono da frase “não é você quem escolhe a revolução, é a revolução que escolhe você, depois alguém arruma um jeito de lucrar com a revolução”, é um jornalista que combateu a ditadura dos palhaços com teatro. A mãe, Dona Danuza, halterofilista dona de uma academia de dança, está sempre preocupada com a alimentação dos filhos.

Irmão do Jorel é pura fantasia. É a partir de suas produções imaginárias que alcança algumas temáticas estruturais da nossa sociedade e da nossa história mais recente. Em muitas vezes, sua melhor amiga Lara, inteligente e progressista, é quem dá o tom consciente e leve para as situações e falas que podem ser pano de fundo ou parte principal do enredo. É principalmente por causa deles dois que se começa e não se consegue parar de ver.

A partir desta maravilhosa animação brasileira e Jung, podemos tirar duas grandes aprendizagens para a vida: a primeira é que conhecer um pouco sobre arquétipos, e saber como identificar alguns em quem nos cerca e até em nós mesmos, pode ajudar a entender um pouco mais sobre comportamentos e motivos, e assim, ter uma visão um pouco mais clara deste nosso mundo que não nos cansa de nos surpreender; a segunda vem da Vovó Juju e diz que abacate faz bem para o cabelo.

O melhor episódio
S01E25
Menção para a gavetas das meias, um drama que todos nós vivemos.

Netflix

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