Jogador Nº1

(Ready Player One, EUA, 2018)
Aventura
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, Lena Waithe, T.J. Miller, Simon Pegg, Mark Rylance, Philip Zhao, Win Morisaki, Hannah John-Kamen, Ralph Ineson, Susan Lynch
Roteiro: Ernest Cline (romance), Zak Penn
Duração: 140 min.
Nota: 7

Entre os altos e baixos de seus últimos trabalhos, o diretor e produtor Steven Spielberg retoma o fôlego das aventuras que o consagraram, como E.T. – O Extraterrestre e Indiana Jones, e se atualiza com as novas gerações na adaptação do romance de Ernest Cline, Jogador Nº 1. Lançado em março de 2018, o longa também em live-action é, em sua maior parte, composto por cenários e personagens animados por computação gráfica. É sabido que, em questões de tecnologia e efeitos especiais, Spielberg sempre esteve à frente de seu tempo.

A história se passa num futuro próximo, 2044. Devido à pobreza e miséria que assolam o planeta Terra, as pessoas fogem da realidade de um mundo sucateado sem qualquer esperança de melhora. Assim, a população passa a maior parte do tempo no OASIS: um mundo virtual onde você pode ser e fazer o que quiser. Wade Watts (Tye Sheridan) é um garoto solitário, obcecado pelas aventuras e desafios encontrados dentro deste universo.

Porém, o grande interesse de Wade e de quase toda a população dentro da OASIS não são apenas as aventuras, as infinitas possibilidades de avatares, moedinhas, equipamentos e outros; o grande chamariz é o desafio deixado por James Halliday (Mark Rylance), uma espécie de guru tecnológico e criador do programa. Antes de morrer, Halliday espalhou pelo mundo virtual alguns desafios especiais que levam o jogador ao caminho de três chaves mágicas que, ao fim, darão ao vencedor o controle total da OASIS.

Todo esse poder chama atenção não apenas dos jogadores, mas também de Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn) que está à frente de uma corporação gigantesca, investindo pesado para lucrar com o aplicativo e, principalmente, ter controle total sobre aquele universo. Aqui está o confronto principal do longa: jogadores amadores contra Nolan Sorrento em busca da OASIS.

Utilizando o mundo dos games como porta de entrada, Jogador Nº 1 visita diversos ícones da cultura pop, principalmente da década de 80: jogos, filmes, livros e músicas estão espalhados pela história. Spielberg cria diversas cenas cheias de ação e humor, num ritmo acelerado, mas que não embaralha a visão. Ao contrário, assistir ao filme é um exercício para olhos atentos, seja no primeiro ou em planos secundários, pois diversos personagens podem ser “encontrados”, mantendo o clima de nostalgia.

Tudo em Jogador Nº 1, tanto no mundo virtual como no mundo real dos personagens, tem a velocidade dos videogames, sem maiores profundidades nos personagens ou nos motivos pelos quais o mundo está daquele jeito. Contudo, nem isso ou a fraca atuação de Tye Sheridan comprometem o longa.

Na realidade, até mesmo as rasas e dispersas mensagens ao longo do filme, são decisões acertadas. O isolamento por trás do uso constante da tecnologia, a influências das grandes corporações nas vidas dos indivíduos ou as relações das pessoas em tempos de redes sociais e mundos virtuais aparecem de forma assertiva, sem atrapalhar o ritmo frenético do longa, mas por outro lado não o deixam superficial. E podem agradar as novas e mais antigas gerações.

Um Grande Momento:
Gigante de Ferro.

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