La Rabia

(La Rabia, ARG, 2008)

Drama

Direção: Albertina Carri

Elenco: Analía Couceyro, Víctor Hugo Carrizo, Javier Lorenzo, Nazarena Duarte, Gonzalo Pérez

Roteiro: John Berger (livro), Albertina Carri

Duração: 85 min.

Minha nota: 7/10

E lá vem mais um daqueles filmes com planos longos e cenas quase intermináveis. O que diferencia La Rabia de outros filmes no estilo é a história central que consegue despertar o interesse e causar algum suspense.

Em uma fazenda abandonada pelos donos, moram duas famílias que ali trabalham. Um casal com sua filha pequena, que não fala, e um homem com um filho, este trabalha duro enquanto o pai tira as tardes para transar com a vizinha.

A idéia de Albertina Carri, desde o princípio do filme, quando avisa que os animais morreram em seus ambientes naturais, é demonstrar que quanto mais próximo à terra, mais instintivo o homem fica e mais ele se comporta como um ser que visa somente à sobrevivência.

As relações são sempre tensas, uma vez que o diálogo praticamente deixou de exitir. E, mais de uma vez, temos a impressão de estar vendo um documentário do Discovery Channel ou do Animal Planet sobre alguma espécie animal desconhecida.

O tempo todo a diretora vai e vem, misturando cenas bem fortes de sexo, belas paisagens, desenhos que representam a imaginação de uma criança, uma surra absurda, momentos comuns de uma fazenda e o abate de uma leitoa nos mínimos detalhes.

O tema apesar de cruel é bom, a mistura é criativa, os atores estão muito bem nos papéis e a intenção de chocar os espectadores é cumprida, mas alguma coisa sai dos trilhos durante a execução. A exploração visual da fazenda poderia ser feita com planos mais curtos e, conseqüentemente, menos cansativos.

A trilha sonora escolhida para a noite do ataque dos cachorros, é meio perdida e mais tumultua (ou acorda) do que chama atenção. Talvez outros artifícios fossem mais eficientes para a virada do filme.

Apesar dos pesares, chamou a atenção de Pablo Trapero, diretor de Leonera e dono da Matanza filmes, que co-produziu do filme. Daqueles que podem ser melhores, mas não deixam de ser interessantes. Por isso, vale a pena ser conhecido!

Para ser conferido quando o sono estiver bem longe. Pessoas que odeiam cenas de matança de animais ou não se sentem confortáveis com cenas de sexo, podem passar.

Próxima sessão no festival: 07/11, às 18h30.

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