(Looper, EUA/CHN, 2012)
Ficção CientíficaDireção: Rian Johnson
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis, Emily Blunt, Paul Dano, Noah Segan, Piper Perabo, Jeff Daniels, Pierce Gagnon, Qing Xu, Tracie Thoms
Roteiro: Rian Johnson
Duração: 119 min.
Nota: 7
É difícil resistir a histórias de viagens no tempo. Sempre atraentes e desafiadoras, elas geram tantas possibilidades e teorias que vêm encantando mentes imaginativas há séculos. Looper – Assassinos do Futuro é mais um dos que se aproveitam do apelo fácil de deslocamentos temporais, mas sabe o que fazer com a premissa e funciona muito bem.
Escrito e dirigido por Rian Johnson, o filme tem o seu maior trunfo no roteiro bem amarrado, que consegue manter a estrutura clássica e, ainda assim termina muito melhor do que outros que se perdem em paradoxos temporais infinitos. Pode ser pouco para alguns, pela satisfação rápida que causa, mas é eficiente.
A ação do filme se divide em dois tempos. O primeiro já está no futuro, 2044, e o segundo, 30 anos depois. Nesse futuro mais longínquo, com a evolução das técnicas de investigação e controle social, a ocultação de cadáveres é quase impossível. Para livra-se dos corpos uma empresa mafiosa especializa-se em transportar pessoas para que elas sejam executadas no passado. Os assassinos são conhecidos como loopers, mas o destino de cada um deles já está traçado. Todos, um dia, matarão a si mesmos sem saber e assim fecharão seus ciclos.
Enquanto a exploração dos muitos elementos temporais, sociais e humanos inseridos na trama pode ser irregular, algumas boas inserções mascaram esses defeitos. Se de um lado temos a capacidade de manipular elementos com o poder da mente meio perdida, de outra temos os flashs de memórias alteradas por um novo presente que validam a história. Se o chefe da organização criminosa acaba não tenho nenhuma profundidade, a tentativa de evitar ao máximo apresentar personagens principais desinteressantes cria uma nova realidade para filmes de ficção científica com ação.
Entre os pontos positivos, o filme deve muito à interpretação empenhada de seu trio central. A caracterização de Joseph Gordon-Levitt como o Bruce Willis é impressionante. Muita coisa vem de maquiagem e truques visuais, mas o ator consegue integrar gestos e sutilezas do colega em sua personificação sem parecer falso e, como disseram à epoca, interpretando um Willis melhor do que o próprio faria. Outra boa surpresa é Emily Blunt, que é uma ótima atriz, mas aqui impressiona ainda mais. Inglesa de nascimento, ela abandona o sotaque e trejeitos de outros personagens para viver uma ex-drogada do sul dos Estados Unidos. Não há quem não acredite nela.
Depois de ter chamado a atenção e despertado a curiosidade do espectador, o filme ainda tem ação e algum suspense. Ainda que não seja perfeito, é uma divertida experiência.
Um Grande Momento:
Percebendo Willis em Gordon-Lewitt.
Links
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