Mara

(Mara, GBR, 2018)
Terror
Direção: Clive Tonge
Elenco: Olga Kurylenko, Craig Conway, Javier Botet, Rosie Fellner, Lance E. Nichols, Mackenzie Imsand, Ted Johnson, Mitch Eakins, Melissa Bolona
Roteiro: Jonathan Frank, Jonathan Frank, Clive Tonge
Duração: 98 min.
Nota: 1

Se existe um gênero cinematográfico que sofre com as obviedades, é o terror. Gênero muito buscado, sempre com alto número de produções, é nele que se encontram diversas repetições de narrativa, forma e estilo. Mara, disponível na Netflix, está justamente entre aqueles que repetem fórmulas sem despertar nada daquilo do que esperavam despertar.

O história toda se baseia em um dos assuntos do momento no gênero: a paralisia do sono. Resumindo, a condição pode ser descrita pela paralisia temporária do corpo ao despertar e é algo que acontece a todos, mas pode ser considerada distúrbio a partir do momento em que as pessoas a percebem e começam a ter alucinações.

A paralisia do sono já apareceu em grandes clássicos como Vampiros de Alma, de Don Siegel, e na famosa franquia A Hora do Pesadelo, mas com o lançamento do documentário The Nightmare, de Rodney Ascher, o distúrbio tem servido de base para inúmeras histórias de horror, como The Break-In, de Justin Doescher; Pesadelos Mortais, de Jonathan Hopkins; Sono Mortal, de Phillip Guzman, e o próprio Mara, entre outros.

Como seguindo uma lista de tarefas com todas as coisas já vistas antes no gênero, o filme vai se construindo, a começar pela trama: uma psicóloga criminal vai investigar um assassinato. A esposa, principal suspeita, alega que ele foi morto por Mara, um demônio que mata as pessoas enquanto elas dormem.

Tudo é muito óbvio e não há qualquer tentativa de inovar aquilo que está sendo mostrado. Logo nos primeiro minutos do filme, na primeira sequência já tem câmera em baixo da cama para filmar os pés de quem está se levantando, e por aí vai. Todas as cenas de aparição podem ser relacionadas com outras vistas em filmes similares e até mesmo as ações dos personagens podem ser antecipadas, embora uma delas, especificamente, gere um desconforto.

O mesmo pode ser dito de tudo o que existe no filme para criar algum clima. A trilha sonora apelativa está sempre nos mesmos lugares com a intenção de manipular sensações, assim como a alternância entre claro e escuro e o uso de filtros para momentos específicos. Claro que não poderia faltar a marca nos amaldiçoados e a exibição do tal demônio.

Para completar o pacote, atuações bem irregulares não conseguem dar conta de transmitir nem mesmo o terror dentro da tela. Olga Kurylenko, em suas limitações, até tenta fazer algo, mas não consegue superar toda a repetição a que sua personagem está exposta.

No fim, Mara é só repetição e obviedade. Dormir é um programa melhor.

Um Grande Momento:
A pálpebra.

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