Musical
Direção: Bradley Cooper
Elenco: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott, Andrew Dice Clay, Rafi Gavron, Anthony Ramos, Dave Chappelle, Ron Rifkin
Roteiro: William A. Wellman, Robert Carson (filme de 1937), Moss Hart (filme de 1954), John Gregory Dunne, Joan Didion, Frank Pierson (filme de 1976), Eric Roth, Bradley Cooper, Will Fetters
Duração: 136 min.
Nota: 7
O ator Bradley Cooper ficou conhecido pelos papéis que encarnou com competência, mas sem grande destaque. Atuando ao lado de nomes conhecidos e sob a batuta de bons diretores, sempre se mostrou dedicado e esforçado e vem construindo uma boa carreira. Já reconhecido, resolveu testar novas funções no cinema.
A ideia de levar novamente às telas uma história conhecida como a de Nasce uma Estrela era arriscada, já que as comparações aconteceriam naturalmente. E não seriam poucas, pois esta é a quarta adaptação para os cinemas. O filme que levou às telas o drama de uma aspirante a atriz que se torna estrela enquanto o amor de sua vida entrega-se ao vício por conta do ostracismo, em 1937, foi a semente de novas e diferentes histórias
Em 1954, com Judy Garland no papel principal, transformou-se em musical. A atriz deu lugar a uma cantora, mas a história por trás da fama manteve-se a mesma. 22 anos depois, foi a vez do rock encontrar o seu lugar na versão estrelada por Barbra Streisand. A trama também pouco mudou. Sucesso e ostracismo continuavam definindo o amor de uma vida.
O sucesso das obras anteriores e sua importância dentro do próprio cinema (só no Oscar foram três estatuetas e outras 15 indicações) podiam demonstrar um caminho seguro a se seguir, ou uma enrascada. Mas Cooper parecia muito consciente do que tinha pela frente e do que precisava fazer.
Com Lady Gaga, e todo seu carisma e – mais importante – sua voz e experiência como cantora/performer, no papel principal, o diretor não tentou inventar muito. Apostou em uma condução pouco arriscada, sem muitas ousadias, e seguiu o básico do roteiro. Se apostava mais alto, era naquilo que ele tinha certeza que era o mais forte: as apresentações das canções.
Sem dúvida, é nas cenas de palco, principalmente nos concertos de country rock, que o filme apresenta os seus melhores momentos, e quando consegue estabelecer uma relação particular com o público, uma exclusividade que o filme não encontra em outros momentos, e nem poderia.
Porém, mesmo que o que se veja seja batido, algo já contado anteriormente, mais de uma vez, o conjunto tem o seu charme. Mais do que isso, o novo Nasce uma Estrela consegue encontrar essa conexão, envolvendo e emocionando. Não é um filme perfeito e inesquecível, mas cumpre muito bem o seu papel de entretenimento.
O primeiro longa-metragem de Bradley Cooper como diretor, portanto, chega exatamente onde deveria chegar. Há um grande caminho pela frente, inclusive no encontrar a própria identidade, mas foi um belo primeiro passo.
Um Grande Momento:
Cantando “Shallow” no palco pela primeira vez.
Oscar 2019
Melhor canção original: “Shallow”
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