(La senda, ESP, 2012)
HorrorDireção: Miguel Ángel Toledo
Elenco: Gustavo Salmerón, Irene Visedo, Ricardo Trenor, Ariel Castro, Raquel Escribano
Roteiro: Juan Carlos Fresnadillo, Miguel Ángel Toledo
Duração: 80 min.
Nota: 3
O começo com dois personagens, um adulto e uma criança jogando xadrez, contra o fundo preto já era o prenúncio de que o que viria a seguir não deveria ser grande coisa. É desde este momento que já se percebe o tom afetado com que o protagonista vivido por Gustavo Salmerón (Desaliñada) levará seu personagem. O que ainda não se sabia é que pouca coisa o ator tinha a fazer, pois o problema de O Caminho do Mal é bem anterior a ele.
Com um roteiro cheio de mirabolantes reviravoltas e perdido entre delírios e realidades, acompanhamos o Natal de Raul, um enxadrista famoso, com sua família em uma cabana isolada, num vilarejo coberto pela neve. Quando sua mulher parece se aproximar de um marceneiro do local, o ciúme sobe a cabeça do homem, que começa a enlouquecer.
Durante todo o filme, a sensação que se tem é que a história contada é o que menos importa ao diretor Miguel Ángel Toledo, que em sua estreia nos longas-metragens está sempre mais preocupado em criar o suspense através de várias cenas desconexas, apostando em cortes rápidos para a sobreposição de cenas e mesclando retratações do imaginário com acontecimentos reais.
A construção da vida daquela família, com a determinação unilateral de um único personagem, Raul, é pouco crível e pouco envolvente. É como se os coadjuvantes fossem apenas objetos cênicos que enfeitam a existência do protagonista que, apesar disso, também só tem um viés desenvolvido.
A mistura realidade/alucinação é um método eficiente na criação do terror, mas para que funcione é preciso que quem acompanha a história esteja imerso naquele universo. Coisa que não é alcançada apenas com o uso da técnica, como acontece em O Caminho do Mal.
Ainda assim, o longa-metragem tem alguns momentos inspirados e promissores, como a visão da estrada, mas raros, nem sempre são aproveitados como deveriam. A direção de fotografia, assinada por Miguel Llorens (La hermandad), que tem filmado bem terror, também não decepciona.
Um pouco mais de cuidado com o roteiro, escrito pelo próprio diretor e por Juan Carlos Fresnadillo (Extermínio 2), com atenção ao desenvolvimento dos personagens, e um pouco mais de comedimento do diretor na criação do universo fariam muito bem ao filme.
Um Grande Momento:
A visão na estrada.
Links
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