Família
Criador: Rachel Shukert
Temporada: 1-
Elenco: Lucia Aniello, Kimmy Gatewood, Luke Matheny, Alicia Silverstone
Duração média: 26 min.
Canal: Netflix
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“Eu estava procurando fora de mim por força e confiança, mas eles vem de dentro. E estiveram lá o tempo todo.” Anna Freud já mandava essa frase de pensadora muito antes de qualquer garotinha aqui ter nascido, e estas retratadas na série O Clube das Babás da Netflix personificaram isto de uma forma doce e entusiasmante.
A série conta o dia a dia de um grupo de garotas que cria um negócio de cuidados infantis (sim, prestados por adolescentes) com regras que garantem a distribuição igualitária de jornada (e consequentemente renda), a boa imagem da empresa e o garantia sine qua non da integridade física e emocional da criança.
Cada episódio é uma personagem que narra, os primeiros meio que as apresentam e contam uma característica de cada: Kristy Thomas (Sophie Grace) é a idealizadora e presidente do clube, feminista e empoderada, é vista pelos demais como mandora e rebelde, mas tem um senso de justiça e responsabilidade muito alto. Claudia Kishi (Momona Tamada) é a artista e sonhadora do grupo, Mary Anne (Maila Baker) e tímida e empática, Stacey McGill (Shay Rudolph) a romântica e sincera e Dawn Schafer (Xochitl Gomez) a idealista e ativista.
Ver essas garotas nos tempos adultos e ver suas crises de adolescentes é poder nos reconhecer nos mesmos motivos, que em geral é o direito de escolher nossas roupas, nossos amigos, nossas músicas, nossas ideias e nossos flertes. Claro que com aos 13 com a intensidade máxima de quem vive tudo isto pela primeira vez, seja para os pais, seja para nossa cabecinha doida cheia de nova bagagem simbólicas e relações sociais, e mergulhada em químicas novas que o corpo começa a fabricar deliberadamente.
A forma usada pelas garotas do Clube das Babás, assim como Anna Freud, para lidar com suas questões, passa muito mais pelo ego (ou eu) do que pelos elementos externos (superego), nos dando muitas lições escondidas por trás de um enredo divertido, positivo e com uma musiquinha de fundo muito good vibes. Outra coincidência entre as jovens da série e a filha do pai da psicanálise é que todas usavam as brincadeiras e a proximidade de sua linguagem para melhor se relacionarem com as crianças.
Muitos temas polêmicos são abordados de forma leve e bastante bonita, sempre narradas pelas próprias personagens como momento de desafio e superação, e a naturalidade com que as meninas encaram tudo é o tom com que o mundo deveria levar assuntos como: transexualidade, diabetes, mentiras, relação com os pais, rebeldia e diferenças sociais. Tudo isto, repleto de auto-aprendizagem e evolução pessoal.
Divirta-se e se deixe aprender com as adolescentes de Clube das Babás!
O Melhor Episódio
E4 – T1 – Mary Anne salva o dia