Suspense
Direção: Patrice Laliberté
Elenco: Marc Beaupré, Réal Bossé, Marilyn Castonguay, Guillaume Cyr, Isabelle Giroux, Marc-André Grondin, Guillaume Laurin, Marie-Evelyne Lessard, Juliette Maxyme Proulx
Roteiro: Patrice Laliberté, Charles Dionne, Nicolas Krief
Duração: 83 min.
Nota: 6
Um bom thriller é aquele que, de algum jeito, desperta sentimentos no espectador que ele não estava esperando. O manter o suspense pode parecer fácil, mas é algo complexo quando tantas histórias e estruturas de trama se repetem. O Declínio segue a mesma fórmula já conhecida, mas, com suas quebras de expectativas e partindo de um ponto curioso, faz aquilo que precisa para funcionar como um bom exemplar do gênero.
O filme começa a desenvolver sua trama a partir da paranoia. Antoine, seu protoprotagonista vivido por Guillaume Laurin (Mommy), é uma dessas pessoas apocalípticas que vive preocupado em estar preparado para o caos. Na primeira cena, demonstra como sua família está pronta para qualquer coisa que aconteça. As próximas que se apresentam vêm reafirmar o mesmo ponto e dar motivo para o desenrolar da trama.
As apresentações dos personagens não são muito detalhadas num primeiro momento, mas suas personalidades vão se revelando com o passar do tempo. Nada muito profundo, mas o suficiente para dar andamento à história. Em detalhes, o protagonismo do filme vai se dividindo, abrindo espaço para que outras pessoas se afirmem como mais importantes.
O diretor Patrice Laliberté (Overpass), que também escreve o roteiro ao lado de Charles Dionne e Nicolas Krief, segue competente na trilha do suspense pela violência contida e expondo a sandice coletiva em que todos estão imersos, sem se apressar em dar partida à real tensão. É quando a violência se concretiza e o thriller de fuga se estabelece.
É curioso como ele vai trilhando o seu caminho em contradições do gênero. Sempre apostando em clichês e entregando aquilo que não é esperado, como no modo como alterna o próprio protagonismo ou na briga dentro da casa, esta filmada de maneira tensa e interessante.
O final que entrega está dentro do esperado para filmes de suspense como O Declínio, mas até chegar a ele, o caminho é diferente e se constrói num inesperado que faz muito bem ao filme. Assim como faz bem toda a tensão criada pelas cenas de perseguição, enfrentamento e, também, momentos pontuais que são previsíveis, mas bem construídos e eficientes.
Assim, O Declínio parte do que já se conhece e ganha pontos ao, também usando o que se conhece, criar uma trama interessante. Nada que dure muito tempo na cabeça, mas que funciona bem no gênero que representa.
Um Grande Momento:
Afastando da porta.
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Fotos de Bertrand Calmeau e Sebastien Raymond