Drama
Direção: Jeremias Moreira Filho
Elenco: Daniel, João Pedro Carvalho, Vanessa Giácomo, José de Abreu, Edu Chagas, Rosi Campos, Eucir de Souza, Antônio Edson, Valter Santos, Cláudia Missura, Lui Strassburguer
Roteiro: Jeremias Moreira Filho, Carlos Nascimbeni
Minha nota: 7/10
Toda vez que ele viajava pela estrada da fazenda Ouro Fino, ele via um menino sair correndo, abrir a porteira e pedir para ele tocar o berrante. Mesmo aqueles que não gostam de música sertaneja de algum jeito conhecem a história dessa música de 1955, que já faz parte da cultura brasileira.
Em 1977 a triste história do menino virou filme pelas mãos do diretor e roteirista Jeremias Moreira Filho, trazia no papel do boiadeiro o cantor Sérgio Reis e levou mais de cinco milhões de pessoas às salas de cinema. 31 anos depois ela foi refilmada pelo mesmo diretor e, no lugar de Reis, quem toca o berrante para o menino é o cantor sertanejo/romântico Daniel.
O roteiro, menos politizado que o da primeira versão, teve a colaboração de Carlos Nacimbeni. O filme chama a atenção pelo cuidado com todos os detalhes técnicos e pela dedicação de todos os envolvidos na produção.
Com um bom ritmo, o filme ora se parece com os antigos musicais da Vera Cruz, ora com os faroestes italianos. Canções para animar a reunião dos boiadeiros e tiroteios com cavalos e revólveres para todos os lados se misturam e divertem a platéia.
A direção de arte de Adrian Cooper (a cidade cenográfica é ótima) e a fotografia de Pedro Farkas são muito competentes e conseguem chamar o público para dentro da tela.
Claro que o filme não é perfeito, tem alguns problemas com o elenco e o tempo de cena, mas o único grave é mesmo a atuação de Daniel, que ainda é ruim e duro demais para algumas ações. A boa notícia é que o papel não exige muito do ator e tudo fica bem redondinho no final. O pequeno João Pedro Carvalho é uma gracinha e José de Abreu está ótimo na pele do vilão.
As comparações com o filme 2 Filhos de Francisco são inevitáveis. O próprio diretor diz que só se animou para refilmar o longa depois do sucesso do filme de Zezé de Camargo e Luciano, que é bom mas, diferente de O Menino da Porteira, tem um final completamente desnecessário.
No final das contas, com tantas produções diferentes, o mais importante é ver que o cinema nacional voltou a se aventurar em gêneros cinematográficos ignorados ou deixados de lado por muito tempo. O fato de levar a diversão de volta ao cinema e junto com ela um número enorme de pessoas que já não pagavam mais para ver uma produção brazuca é digno de aplausos.
Uma boa experiência com toda certeza! Mas aqueles que não gostam de cinema nacional ou não vão ao cinema para se jogar e sempre querem uma mensagem profunda vão se decepcionar.
A estréia do filme está marcada para o dia 06 de março.
Um Grande Momento
O estouro.
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