(Percy Jackson: Sea of Monsters, EUA, 2013)
AventuraDireção: Thor Freudenthal
Elenco: Logan Lerman, Alexandra Daddario, Douglas Smith, Leven Rambin, Brandon T. Jackson, Jake Abel, Anthony Head, Stanley Tucci, Paloma Kwiatkowski, Nathan Fillion
Roteiro: Rick Riordan (romance), Marc Guggenheim
Duração: 106 min.
Nota: 3
Percy Jackson e o Ladrão de Raios é um filme ruim. Percy Jackson e o Mar de Monstros é muito pior. Contrariando a tendência natural de segundos títulos serem sempre melhor acabados do que seus antecessores fracassados, talvez pela baixa expectativa do público ou pela vontade dos produtores em reverter a situação, o novo longa do semideus passa uma sensação de deslocamento e sofre com a falta de graça.
Percy já sabe de seus poderes, de sua condição de semideus e ainda tem problemas com o pai. O único entre os descendentes dos três grandes, Poseidon (seu pai), Hades e Zeus – aqueles que salvaram o Olimpo da tirania do pai Cronos –, ele vive agora em um acampamento comandado pelo Sr. D (Dinísio numa versão ex-alcoólatra por punição) e por Chiron, onde os filhos dos deuses gregos são treinados diariamente.
Seus amigos Annabeth, filha de Atenas, e o sátiro Grover ainda são seus fiéis escudeiros. Clarice, a filha de Ares, o deus da guerra, é sua rival de atividades cotidianas e frequentemente leva a melhor nas disputas. Nada muito perigoso, até que a cerca mágica que protege o acampamento, conjurada por Zeus após a morte de uma de suas filhas, é destruída.
Para salvar a cerca e restaurar a proteção a todos os semideuses, é preciso localizar o velocino, que está sob os cuidados de um ciclope, e trazê-lo de volta para o local. Clarice é a escolhida, mas Percy, depois de algumas predições deslocadas, descobre que precisa assumir a responsabilidade da missão.
Uma trilha sonora infantilizada, que nada tem a ver com a já avançada idade dos atores que vivem os adolescentes, serve de fundo para diálogos mal elaborados, tentativas frustradas de fazer algum humor e muitas situações constrangedoras.
Mais despreocupado do que deveria com a produção e os pequenos detalhes cênicos e apostando em um 3D engana-trouxa, daqueles totalmente desnecessários e pouco interessantes, o novo filme de Percy Jackson só consegue acertar mesmo na passagem em que Delfos vem explicar o que está por vir. Embora a presença de um personagem que explique tudo o que está acontecendo e vai acontecer sempre seja problemática, o visual da cena, todo montado como em vitrais é bem legal.
Como no filme anterior, a relação entre o mitológico e o cotidiano não funciona e, pior, constrange. A ideia das Greias como motoristas de um táxi encantados de Nova Iorque, Hermes como o proprietário do serviço de entregas UPS, o caixa eletrônico onde as dracmas podem ser sacadas e o café mágico que só pode ser visto assim por iniciados poderia ser até interessante de relance, mas não caem bem na tela.
Ainda que alguns eventos tenham potencial, nenhum deles funciona, como o vilão cheio de poses e marcações. Tanta coisa errada prejudica o desenvolvimento da história e, quando as coisas começam a tentar se conectar, a plateia já está cansada demais para se interessar. Mas até tem uma tensãozinha no final.
Daqueles que devem ser evitados.
Um Grande Momento:
Delfos.
Links
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