(Rise of the Planet of the Apes, EUA, 2011)
Ação
Direção: Rupert Wyatt
Elenco: Andy Serkis, Karin Konoval, Terry Notary, Richard Ridings, Christopher Gordon, Devyn Dalton, Jay Caputo, James Franco, Freida Pinto, John Lithgow, Brian Cox, Tom Felton
Roteiro: Pierre Boulle (estória), Rick Jaffa, Amanda Silver
Duração: 105 min.
Nota: 9
Sequências e prequels de clássicos sempre são aguardados com ansiedade e também com muito medo. Afinal, as chances de reinventar uma história e sair um verdadeiro desastre são enormes. Por sorte, não é o que acontece com Planeta dos Macacos – A Origem. Homônimo do clássico pioneiro de 1968, o do diretor Rupert Wyatt, lançado em 2011, tenta explicar o começo de toda revolução dos primatas super inteligentes.
Will Rodman (James Franco) é um cientista que trabalha em um laboratório que estuda a cura para doenças humanas usando macacos como cobaias. Will tem um interesse pessoal nisso: seu pai Charles (John Lithgow) sofre do mal de Alzheimer. Durante os testes do medicamento que promete a cura da doença, uma fêmea demonstra um rápido desenvolvimento intelectual. Mas, se torna agressiva e escapa da jaula, tendo que ser contida a tiros. A agressividade é descoberta momentos depois: ela teve um filhote e seu instinto era protegê-lo. Will vê, então, sua pesquisa ser cancelada e a ordem para que se sacrifiquem todos os outros animais do laboratório. O cientista leva então o filhote para casa e ele é batizado por seu pai Charles como César (Andy Serkis). O pequeno primata chama atenção por dotar de inteligência superior aos da sua raça, tendo, inclusive, capacidade de se comunicar por gestos. A história da revolução começa quando César se envolve em um acidente e tem que ficar trancafiado em um abrigo junto com outros de sua espécie. As péssimas condições do local são maximizadas pelos vilões Brian Cox e Tom Felton (o Draco Malfoy de Harry Potter). O longa também conta com Freida Pinto que tem uma participação tão insossa como namorada de Will que é possível se esquecer dela.
O longa se orgulha por não ter utilizado um macaco de verdade, o que lhe valeu uma indicação ao Oscar 2012 por seus incríveis efeitos visuais. É de impressionar como César, claramente o protagonista do filme, parece um macaco de verdade e com expressões quase humanas nos seus gestos e principalmente no seu olhar; ora dócil ora sombrio que assusta e esconde uma revolta que pode explodir a qualquer momento. Tudo graças ao excelente trabalho de Andy Serkis, veterano em interpretar seres criados por computação gráfica. Que o digam o feioso Gollum de O Senhor dos Anéis e King Kong (versão de 2005).
Planeta dos Macacos – A Origem também tem outro ingrediente que sempre funciona quando é bem usado: a forte crítica não só ao mau uso da humanidade dos recursos oferecidos pela natureza, que podem retornar para de uma forma não muito interessante; como também do uso de animais para teste de medicamentos e cosméticos. Koba, um dos macacos utilizados no filme como cobaia de laboratório, é um grande exemplo. É assustador e penoso ao mesmo tempo vê-lo cego de um olho e coberto por cicatrizes herdadas dos diversos experimentos a que foi submetido.
O longa tem roteiro e diálogos, escritos por Amanda Silver e Rick Jaffra, muito bem amarrados e efeitos visuais capazes de deixar Avatar no chinelo. Mas, claro, tem também seus momentos de exagero, como na cena ao melhor estilo MacGyver de César abrindo sua jaula. Só rindo mesmo para deixar passar. Fica agora a expectativa para a continuação do longa, já que não há a menor intenção de esconder que ela acontecerá (vide a última cena dos créditos finais).
Fica também a dica e incógnita sem polêmicas: se nós nos desenvolvemos mesmo a partir do macaco, é melhor começar a ter cuidado com o futuro que nos espera.
Um Grande Momento
A excepcional e surpreendente negativa de César.
Links
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