(Serra Pelada, BRA, 2013)
DramaDireção: Heitor Dhalia
Elenco: Júlio Andrade, Juliano Cazarré, Sophie Charlotte, Matheus Nachtergaele, Wagner Moura, Jesuíta Barbosa
Roteiro: Heitor Dhalia, Vera Egito
Duração: 120 min.
Nota: 6
Início dos anos 80. Milhares de homens, de várias partes do país, mudaram-se para uma serra no Pará em busca do sonho de mudar de vida. Serra Pelada foi crescendo, explorando muitos, enriquecendo alguns e virou o maior garimpo a céu aberto do mundo. Parte marcante da história recente do Brasil, já era tempo dessa moderna corrida do ouro ganhar uma adaptação cinematográfica.
O responsável por ela foi Heitor Dhalia, diretor de filmes como À Deriva e O Cheiro do Ralo, completamente diferentes do projeto atual. Ele também assina o roteiro, ao lado de Vera Egito, e, tenta transformar a loucura de Serra Pelada em pano de fundo para uma história que retrate as muitas que aconteceram por lá.
Juliano e Joaquim são dois amigos que resolvem tentar a sorte no garimpo. Donos de um pedaço de terra no local que seria transformado posteriormente, por mãos humanas, em um lago com mais de 100 metros de profundidade. Ambos têm interesses diferentes: enquanto Juliano quer ser poderoso, Joaquim sonha em ficar rico e voltar para casa, onde deixou a mulher grávida.
À sua volta estão várias figuras marcantes, como a ex-prostituta Tereza, hoje mantida pelo Coronel Carvalho, um dos homens mais poderosos de Serra Pelada, e Lindo Rico, mais um dos exploradores de garimpos do local.
A história montada é bastante atraente ao público que a assiste, mas é na reconstrução de Serra Pelada que o filme ganha pontos. A integração de imagens de arquivo e a reconstrução do local, com milhares de figurantes é realmente impressionante. Outro ponto positivo é o elenco, muito seguro de suas atuações, com destaque para os coadjuvantes Matheus Nachtergaele e Wagner Moura como os gananciosos donos de garimpos.
Mesmo com todos os pontos positivos, Serra Pelada acaba sofrendo dos mesmos males de outros filmes compilados de minisséries para a Rede Globo. A narrativa fragmentada e uma necessidade excessiva de explicações deixam o espectador mais distante do que deveriam estar da história em si. Ainda que o visual impressione muito, é como se houvesse pouca preocupação com o aprofundamento das personalidades ou com a ligação entre as sub-tramas.
Mas analisando todos os prós e os contras, as qualidades ainda superam os problemas e Serra Pelada cumpre bem o seu papel.
Um Grande Momento:
Lindo Rico achando desnecessário.
[Festival do Rio 2013]
Links
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=HdmNSPvPkhE[/youtube]