XXY

(XXY, ARG/FRA/ESP, 2007)

Drama

Direção: Lucía Puenzo

Elenco: Ricardo Darín, Valeria Bertuccelli, Germán Palacios, Carolina Pelleritti, Martín Piroyansky, Inés Efron, Luciano Nóbile

Roteiro: Sergio Bizzio (conto), Lucía Puenzo

Duração: 86 min.

Minha nota: 7/10

O que fazer se as coisas saem diferente do que esperamos? E o que fazer quando temos que conviver com uma realidade que não conhecemos? O medo, o preconceito e a insegurança são alguns dos muitos temas tratados no drama argentino XXY.

Um casal e seu filho vem de Buenos Aires para conhecer a jovem Alex. Hermafrodita vive em um corpo de menina, como a mãe quer, mas seus sentimentos são muito confusos. Enquanto a família esconde sua filha do mundo e tenta decidir o futuro da menina, ela descobre o amor, sofrendo ainda mais com sua realidade.

O filme é denso e, além das boas interpretações do elenco, conta com uma construção detalhada e às vezes escancarada da complexidade da história de vida de Alex. Os desenhos da menina, a boneca e a tartaruga ferida são partes incômodas, mas fundamentais para a trama.

A fotografia é bem competente e aproveita as belas paisagens do extremo sul do Uruguai. A trilha sonora também é muito boa.

Inés Efron, que por acaso tinha 25 anos no ano de filmagem, está ótima na pele da confusa Alex, assim como Martín Piroyansky como o jovem Alvaro, um menino que parece não chamar a atenção de ninguém. Ricardo Darín também está muito bem como o contido pai.

Em seu primeiro longa-metragem, Lucía Puenzo surpreende ao demonstrar tanta qualidade e segurança, mas é justamente na inexperência que deixa seu filme escorregar. Sequências longas demais ou desconexas e algumas passagens insistentes acontecem vez ou outra.

O problema se agrava com a chegada do final e uma das cenas mais importantes do filme, a conversa na fogueira, acontece como se fosse um remendo e perde muito de sua força.

Apesar dos defeitos, o roteiro é tão interessante e tem tantos aspectos a serem explorados que não pode deixar de ser visto.

Questões como o amor paterno, a agressividade do ser humano, o medo do diferente e a falta de comunicação deixam o espectador atento a cada movimento da trama e provocam a simpatia e a repulsa por determinados personagens.

Uma boa pedida quando a vontade for de pensar um pouco mais na incompreensão do ser humano.

Um Grande Momento

“Você fez a denúncia?”



Prêmios e indicações
(as categorias premiadas estão em negrito)

Cannes: Grand Golden Rail, Semana da Crítica

Goya: Filme Estrangeiro em Língua Espanhola

Festival Internacional de São Paulo: Júri Internacional

Links

Site Oficial

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