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Animais Fantásticos e Onde Habitam

(Fantastic Beasts and Where to Find Them, GBR/EUA, 2016)
Fantasia
Direção: David Yates
Elenco: Eddie Redmayne, Ezra Miller, Katherine Waterston, Colin Farrell, Ron Perlman, Samantha Morton, Jon Voight, Dan Fogler, Alison Sudol, Carmen Ejogo, Johnny Depp
Roteiro: J.K. Rowling
Duração: 133 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Há 15 anos chegava aos cinemas do mundo a adaptação cinematográfica do sucesso mundial Harry Potter, série de livros criado por J.K. Rowling que fez crianças e adolescentes voltarem a ler. O apelo do bruxo e de todo o universo que o cercava era tanto que foram várias pequenas histórias baseadas em sua história.

Entre elas está Animais Fantásticos e Onde Habitam. Depois de cinco anos sem o bruxo nos cinemas, Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 estreou em 2011, é uma maneira de matar a saudade de todo um universo que por dez anos, sempre trazia uma nova estreia.

Porém, embora consiga alcançar o universo, recriar o clima e manter a mesma qualidade técnica dos filmes com o bruxo que derrotou Valdemort, falta algo em Animais Fantásticos e Onde Habitam. Os personagens são interessantes e têm suas nuances, mas o roteiro travado, assinado pela própria Rowling, esquece-se da importância da fluidez. Há vários momentos onde a história se desconecta, mesmo com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo.

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Outro problema está na construção do vilão, com um texto que mais compromete do que ajuda, e nas muitas tentativas forçadas de lembrar o espectador de que ele está novamente naquele conhecido universo mágico. A falta de naturalidade com que o nome de Alvo Dumbledore é citado pela primeira vez é um bom exemplo disso.

Ainda assim, é divertido conhecer as criaturas fantásticas que habitam a mala mágica de Newt Scamander, interpretado por um Eddie Redmayne contido, mas ainda marcado por seus cacoetes assinatura, e se divertir com as descobertas do não-maj (nos Estados Unidos eles não usam o termo “trouxa”) Jacob, vivido de maneira descontraída e simpática por Dan Fogler.

A história também é bem interessante. Nos anos 20, Nova York vira palco de destruições aleatórias, causadas por um ser mágico. Ao mesmo tempo, o ainda não famoso autor do livro Animais Fantásticos e Onde Habitam chega à cidade com sua mala cheia de criaturas. Ao perder uma de suas criaturas, se vê em meio a um discurso anti-bruxo e em uma confusão no cofre do banco.

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O medo da iminente guerra com os humanos, o suspense por trás da estranha criatura, a ligação entre o quarteto inusitado que se junta para defender a cidade são atraentes e conseguem prender a atenção do espectador, superando inclusive os problemas que existem pelo caminho.

Some-se a isso a inspirada trilha sonora de James Newton Howard, que mistura o tema de Harry Potter ao blues característico da época, e efeitos especiais de tirar de chapéu, para se encontrar diversão garantida. Menos empolgante do que se esperava, mas ainda assim bastante divertida.

E dá para matar um pouquinho da saudade.

Um Grande Momento:
“Os outros são iguais a você?”.

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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