(Dark Shadows, EUA, 2012)
Direção: Tim Burton
Elenco: Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Bella Heathcote, Chloë Grace Moretz, Jackie Earle Haley, Gulliver McGrath, Jonny Lee Miller, Christopher Lee, Alice Cooper
Roteiro: Dan Curtis (série), Seth Grahame-Smith, John August, Seth Grahame-Smith
Duração: 113 min.
Nota: 5
No início do século XVIII, a família Collins partiu de Liverpool para o Maine, nos Estados Unidos, em busca de uma vida nova e próspera. Lá, depois de muito trabalho, encontraram a ascensão e construíram um império da pesca e uma cidade com seu legado, Collinsport. O jovem Barnabas (Johnny Depp) tem uma vida confortável e acaba se envolvendo com Angelique (Eva Green), uma empregada da família que é também uma bruxa para o azar dele.
Mas ao se apaixonar por Josette duPres (Bella Heathcote) e rejeitar Angelique, começa a tragédia da família que, amaldiçoada, sofre uma grande réves. Barnabas acaba sendo transformado em vampiro, perde sua amada e é trancafiado em um caixão por 195 anos.
Esse é o prólogo de Sombras das Noites, que começa muito bem, sendo rápido e explicativo o suficiente. O bom tom continua na transição para os alucinados anos 70, quando o vampiro Barnabas se liberta e encara aquele novo mundo, absurdamente diferente de tudo o que conhece. Decidido a mudar seu destino, retorna à antiga casa e promete aos Collins restantes (bem estranhos e decadentes) trazer a prosperidade do nome de volta.
A história do filme vem de uma série exibida entre 1966 e 1971 na rede americana ABC. Da qual Tim Burton resolve tirar exatamente o terror e, misturando romance e suspense, adota um tom bem mais cômico. Essa mistura de gêneros, associada a um roteiro superficial, talvez seja o grande problema.
Como um todo, Sombras da Noite parece uma grande colcha de retalhos de tudo que Burton já fez. A Noiva Cadáver, um ou outro personagem que lembram Alice no País das Maravilhas, o tom de vingança de Sweeney Todd e a família desajustada de Os Fantasma se Divertem. Mas a impressão que fica é a de que que ele não sabia bem que rumo seguir.
O Barnabas Collins de Johnny Depp parece ser o único personagem realmente desenvolvido, mas o resto do elenco não teve a mesma sorte e, tão deslocado, parece estar ali por obrigação. Que o diga Helena Boham Carter que parece fazer uma ponta somente para manter o hábito de participar dos filmes do marido. A jovem Chloë Moretz é tão forçada como a adolescente rebelde que chega a irritar, tal qual Eva Green como a malvada Angelique, um personagem rico, que ficou desinteressante assim como outros. Talvez somente Michelle Pfeifer tenha alguma desenvoltura no filme, mas ainda deixa a desejar.
Um lado bom de Burton, porém está lá: o visual do filme é ótimo. O casamento do tom sombrio do século XVIII com a psicodelia dos anos 70, gerou uma paleta de cores interessante e pontua bem o filme e sua fotografia. O mesmo pode se dizer do figurino, de Colleen Atwood, e cenários, de John Bush, que dão pontos para o desenho de produção de Rick Heinrichs e a direção de arte de Chris Lowe.
Vale destacar a participação especial de Alice Cooper. Toda a sequência com sua presença garante bons momentos, especialmente com as confusões de Barnabas em relação aos novos e confusos tempos.
No geral, Sombras da Noite não é um filme ruim. É um filme mal desenvolvido, mal amarrado e que peca fortemente por tanta mistura. Mas sempre há Johnny Depp para salvar um pouco e garantir ótimos momentos, ainda que não seja uma de suas melhores atuações.
Um Grande Momento
Mefistófeles?
Links
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