(E aí… Comeu?, BRA, 2012)
Direção: Felipe Joffily
Elenco: Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira, Emilio Orciollo Netto, Dira Paes, Tainá Müller, Laura Neiva, Juliana Schalch, Alex Sander, José de Abreu, Renata de Castro Barbosa, Juliana Alves, Murilo Benício, Katiuscia Canoro
Roteiro: Marcelo Rubens Paiva (peça), Marcelo Rubens Paiva, Lusa Silvestre
Duração: 100 min.
Nota: 5
E aí… Comeu? fala sobre amor, relacionamento com mulheres e casamento, divórcio e vida de solteiro sob o ponto de vista de três amigos. Eles são Fernando, que não se conforma com o fracasso de seu casamento com Vitória; Honório, um jornalista casado que desconfia que sua esposa, Leila, o esteja traindo, e Afonsinho, que sonha em ser um escritor de sucesso, tira onda de intelectual e se relaciona com prostitutas.
O filme até garante algumas risadas e tem boas piadas, mas fica claro que não passa de um longa machista, bem machista para falar a verdade. E segue assim até pouco mais da metade, quando assume um tom mais mela-cueca e romântico. A partir de então, os homens mudam completamente o seu comportamento, talvez na tentativa de mostrar ao público que o amor é capaz de fazer com que aquele grupo que senta em um bar só para falar de peitos, bundas e sexo, vire um grupo de homens que continua brincando e fazendo piadas entre si, mas agora sendo mais respeitoso às suas mulheres.
Baseado na peça homônima de Marcelo Rubem Paiva (que também escreveu o roteiro), o que talvez salve o filme do vazio completo de produções recentes como Muita Calma Nessa Hora, do mesmo diretor, e Cilada.com, trata-se de uma história um tanto quanto previsível, com um nível de humor mediano e recheada de piadas que o próprio filme assume como ofensivas às mulheres, mas não deixam de estar presentes durante toda a projeção. Cenas de sexo e uma pitada de romance completam o pacote.
O elenco até tem potencial, mas não é aproveitado. Os protagonistas são vividos pelos atores Bruno Mazzeo (Cilada.com), Marcos Palmeira (O Homem Que Desafiou o Diabo) e Emilio Orciollo Netto (Tropa de Elite 2) e o filme ainda conta com várias participações especiais de Dira Paes (Sudoeste), Tainá Muller (Se Nada Mais Der Certo), Juliana Schalch (Os 3), Murilo Benício (Inesquecível) e Laura Neiva (À Deriva), entre outros, mas o único que se destaca de verdade é José de Abreu (Bela Noite para Voar) que, infelizmente, só aparece em uma passagem do filme.
Nem mesmo a presença de Seu Jorge (Reis e Ratos) como o garçom que interage com o trio durante as conversas no bar rende o que poderia. Particularmente, esperava mais da participação do ator e cantor que deu um show em Cidade de Deus, mas parece que ele está ali para ser mais um a fazer piadas toscas e contar suas mil e uma histórias de transas com mulheres de diferentes etnias.
Se o objetivo do filme era atingir o público masculino, ele o fez satisfatoriamente, mas se o objetivo dele era, assim como disse Bruno Mazzeo na chamada (que, por acaso, ficou bem mais interessante que o filme em si), atingir o público feminino e masculino e fazer as mulheres se entreterem tanto quanto os homens ou entenderem como eles pensam, arriscaria dizer que foi um verdadeiro fracasso. Por mais divertida que você, sua namorada, sua mãe, sua amiga, sua prima (ou seja quem for a figura feminina que esteja indo ao cinema) seja, o filme conta com situações que causam um certo desconforto a qualquer mulher.
Fora isso, a produção é boa, o roteiro é bom, a direção é boa, mas não passa desse “bom”. Mais um dos filmes que, em minha opinião, vale mais a pena esperar passar na televisão do que pagar para ver no cinema.
Um Grande Momento
“O negão que parece o Seu Jorge”.
Links
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