(LOL, EUA, 2012)
Direção: Lisa Azuelos
Elenco: Miley Cyrus, Ashley Greene, Demi Moore, Thomas Jane, Gina Gershon, Adam G. Sevani, Austin Nichols, Michelle Burke, Jay Hernandez, Fisher Stevens
Roteiro: Lisa Azuelos, Kamir Aïnouz
Duração: 97 min.
Nota: 1
Como é bem comum antes de ver filmes dos quais eu não faço a menor ideia do que posso esperar, fui ler sobre Lola, ao menos para saber do que se tratava. Tudo para não ficar com o ingrato preconceito de estar “vendo o novo filme da Miley Hannah Montana Cyrus”, e assim, ter que engolir seco. Foi aí que descobri que o longa é, na verdade, a adaptação americana do filme francês Rindo à Toa, também dirigido por Lisa Azuelos e lançado em 2008. A versão original trazia Sophie Marceau como uma mãe tendo que redescobrir o amor enquanto a filha, em paralelo, enfrenta as primeiras dores do amor junto às turbulências da juventude no colegial.
A versão americana é mais do que dispensável, já que o intervalo de três anos não justifica em nada essa nova releitura e só prova a preguiça do americano para ver filmes europeus. Há também uma tentativa hercúlea de emplacar Miley Cyrus, ex-estrela mirim da Disney, que, não basta ser uma atriz lastimável, parece ser desprovida de qualquer naturalidade. Ela interpreta a Lola do título, uma dessas adolescentes que vivem com o smartphone na palma da mão ou o notebook no colo. Ela resolve se vingar do ex-namorado, ficando com um de seus melhores amigos. Enquanto isso, Anne (Demi Moore, apagadíssima) tenta lidar com a relação tempestuosa da filha, o revival com o ex-marido e uma possível nova paixão.
Que o filme é bobo, isso nem é preciso ser dito (pois redundância tem seus limites), porém, é preciso desbravar seus espinhos. Dentre tantos, atenho-me à própria personagem principal. Para não ficar por baixo no término de uma relação (em que ela foi traída), Lola diz que também ficou com outra pessoa. Em contrapartida, ela chama outra personagem de “post-it”, por esta ser aquela velha conhecida piriguete da escola (todos nós conhecemos uma). O fato é que a protagonista, assim como a dita post-it, também está se descobrindo, ávida pela primeira relação sexual e enfrentando as expectativas que esta traz. Ela nos narra suas ideias escrevendo em seu diário. Infantilizada e desinteressante, Lola pode ser um exemplo lastimável dos adolescentes de hoje.
Já partindo para o filme como um todo, não há muito que dizer, senão o fato de que é extremamente difícil escrever sobre um algo que não é aproveitável. Dez minutos são o suficiente para que tudo o que foi visto seja esquecido, e acredito que seja um mecanismo próprio de defesa da nossa memória, o que me deixa feliz. O que posso dizer (e que lembro), é que o filme não se sustenta. Não cheguei a ver o filme original, mas pelo trailer, é possível perceber uma tentativa válida de retratar a nova geração teen francesa, enquanto norteia a relação de Lola e sua mãe, cada uma em pontos distintos da vida amorosa, mas possíveis paralelos. Já no filme ianque, o que fica é um emaranhado de clichês apregoando que os adolescentes são uns eternos incompreendidos.
Válido para quem ainda assiste à “Malhação”.
Um Grande Momento
A sequência que tem ‘Somewhere Only We Know’ ao fundo, só porque sou muito fã de Keane.
Links
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