(Ginger & Rosa, GBR/DNK/CAN/HRV, 2012)
Direção: Sally Potter
Elenco: Elle Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Timothy Spall, Oliver Platt, Annette Bening, Jodhi May
Roteiro: Sally Potter
Duração: 90 min.
Nota: 7
Em 1962, auge da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, o mundo encontrava-se novamente à beira de um conflito mundial. Aviões americanos descobriram bases de lançamentos de mísseis soviéticos capazes de disparar ogivas nucleares instaladas na ilha de Cuba. Foi a primeira vez que os americanos sentiram-se ameaçados pelas mesmas armas com que causaram as explosões nucleares em Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
Foi exatamente no ano do ataque às cidades japonesas, que as inglesas Ginger (Elle Fanning) e Rosa (Alice Englert) nasceram. Amigas inseparáveis desde a infância, as garotas estão com 17 anos durante a ameaça de uma guerra atômica na chamada Crise dos Mísseis de 1962.
O início do filme retrata bem a íntima amizade entre elas. Ginger e Rosa passam maior parte do tempo juntas se divertindo e dividindo descobertas típicas da idade: As garotas fumam, encontram rapazes, alisam os cabelos com ferro de roupa, vão a festas, bebem. Rosa tem pai ausente, é religiosa e acredita em um amor para toda vida. Já Ginger, que tem uma nítida admiração por Rosa e tenta se espelhar no comportamento da amiga, é filha de um casal politizado, quer ser poeta e se torna ativista na campanha antinuclear.
A história é centrada em Ginger e as suas desilusões. A descoberta de que as coisas que ela tanto ama não são tão perfeitas assim, como o relacionamento entre o pai e a melhor amiga, que magoa a garota e, fatalmente, destrói o pedestal onde ela os colocara. Em um momento do filme Ginger desabafa: “o mundo pode explodir a qualquer momento” e esta frase resume o que se passa internamente com ela.
Os outros personagens da história também têm seus próprios conflitos e influenciam a personalidade da garota. Os seus padrinhos homossexuais e a amiga deles Bella, que são militantes políticos, e a mãe Natalie que vive deprimida em um casamento desgastado. Tudo funciona na história, a diretora Sally Potter prepara bem as cenas que antecedem o momento da virada do filme, dando embasamento para justificar o sofrimento da adolescente.
Todo o elenco merece elogios, mas o destaque é Elle Fanning que, aos 13 anos, interpreta a adolescente de 17 de forma cativante. O seu choro contido, o sofrimento velado e a perda da inocência de alguém que achava que conseguiria salvar o mundo são retratados de forma tão natural, que fica difícil não se render à sua atuação.
Ginger & Rosa é uma boa fotografia de um período da história onde as pessoas cresciam precisando lidar com reais ameaças de guerra atômica ao mesmo tempo em que descobriam que os nossos universos particulares são tão frágeis quanto o mundo em que vivemos.
Um Grande Momento:
O desabafo de Ginger.
Links
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