(Money Monster, EUA, 2016)
Direção: Jodie Foster
Elenco: George Clooney, Julia Roberts, Jack O’Connell, Dominic West, Caitriona Balfe, Giancarlo Esposito, Christopher Denham, Lenny Venito, Chris Bauer, Dennis Boutsikaris, Emily Meade
Roteiro: Jamie Linden, Alan DiFiore, Jim Kouf
Duração: 98 min.
Nota: 7
Jogo do Dinheiro, dirigido por Jodie Foster, retrata através de um intenso suspense as dimensões, o alcance e a interferência das mídias em nossas vidas.
George Clooney é Lee Gates, o Mago de Wall Street, apresentador de um badalado programa televisivo sobre o mundo financeiro. Sob o olhar atento de sua diretora Patty Fenn (Julia Roberts), Lee faz sua performance muito mais do que jornalistica e analítica. Com efeitos sonoros e visuais, dançarinas e outros artifícios, o apresentador versa sobre as últimas notícias e tendências do mercado financeiro.
Em uma das transmissões ao vivo, Patty observa a figura de um homem por de trás dos cenários. Enquanto a produção pensa ser uma das surpresas preparadas por Lee, Lee pensa ser algo preparado por sua produção. No entanto, trata-se de Kylle Budwell (Jack O´Connell), um rapaz que entra no estúdio segurando duas caixas de papelão. Quando é interrogado por Lee, o jovem e desestabilizado Kylle apresenta suas intenções. Com uma arma na mão, obriga Lee a abrir a caixa e vestir um colete com bombas. Em seu discurso, ele e outras centenas de pessoas teriam perdido milhões de dólares em um investimento que Lee, dias atrás, dava como algo certo.
A partir daí o clima tenso do longa se instala e permanece. Kylle proíbe que as câmeras sejam desligas, ameaçando a todo instante explodir tudo, caso contrariado. Além da transmissão ao vivo daquele sequestro, Kylle quer respostas do que parece ter sido uma milionária fraude da bolsa de valores envolvendo a empresa Iris. Nesse contexto Patty vai ajudar seu amigo Lee, enquanto tenta tocar o show, mesmo estando sobre a mira de um psicopata.
Até aqui nada de novo com o filme Jogo do Dinheiro, mas o longa da diretora Jodie Foster, com roteiro de Jim Kouf, Alan DiFiore e Jamie Linden, quer mostrar muito mais do que há naquele cenário e ir além de toda a tensão e suspense envolvendo os personagens. Há sim uma crítica ao mercado financeiro, fraudes, investidores inescrupulosos e as ações rotineiras de pura especulação.
De qualquer forma, essa história parece ser apenas um pano de fundo para o que Jogo do Dinheiro quer ressaltar: as ações do longa acontecem ao vivo, transmitido pela TV a milhares de telespectadores, internautas, hackers, jornalistas e pessoas que param diante a vitrines. Todas, de certa forma, envolvidas nessa história. Sem saber se tudo aquilo é real ou mais uma ação exagerada do show business, e é aqui que cabe outra critica – ou talvez uma alfinetada – da diretora sobre o imediatismo das notícias e o acesso irrestrito a um mundo de informações, como isso pode ser utilizado como arma e como as informações influenciam nas vidas das pessoas, estejam elas envolvidas ou não com o fato.
Tudo em Jogo do Dinheiro parece ser feito para causar essa dualidade, direção e roteiro que se aproxima e se distancia dos personagens para vê-los de forma mais imparcial. A montagem e cortes ligeiros fazem a história andar sem se perder ou trilhar caminhos mais complexos.
Contudo, somente com a junção dessas “duas” histórias – o thriller e a crítica que retrata a mídia e suas ferramentas quase como um personagem – Jogo do Dinheiro consegue se sustentar. Pois, se numa das pernas, mesmo que intenso, deixe a impressão de mais do mesmo; do outro lado, embora a tentativa seja boa, há uma falta de profundidade nos personagens.
Sim o elenco é bom e está muito bem, George Clooney tem um personagem controverso que quer dar uma guinada em sua vida, mas pouco sabemos sobre ele e suas ações, mesmo as mudanças, são pouco convincentes. Julia Roberts, em seu papel de Patty, poucos dias antes de mudar de emprego, deixa escapar no olhar que seu personagem possui alguns sentimentos e sofrimentos irrequietos, mas sem que o roteiro se importe com isso. O mesmo erro, porém, não é cometido com o personagem de Jack O´Connell, quando Kylle aparece deixa a suspeita de ser um simples psicopata, ou terrorista, mas o personagem vai se desenvolvendo ao longo da história.
Um ótimo elenco sendo dirigido de forma correta pela diretora e atriz Jodie Foster. Posto que o termo “correto” aqui, substitui um possível brilhantismo ausente no longa.
Um Grande Momento:
Quando a namorada de Kylle aparece.
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