Crítica | Streaming e VoD

Homem Livre

(Homem Livre, BRA, 2017)
Suspense
Direção: Alvaro Furloni
Elenco: Armando Babaioff, Flavio Bauraqui, Rosanne Mulholland, Thuany Andrade, Marcio Vito, Giancarlo Di Tommaso, Lucas Gouvêa
Roteiro: Pedro Perazzo
Duração: 84 min.
Nota: 4 ★★★★☆☆☆☆☆☆

Homem Livre, do diretor Álvaro Furloni, explora o abismo onde permanecem as mentes perturbadas pela culpa e o julgamento alheio, tal como um radar, ligado e atento a tudo e a todos. Essa é a história de Hélio Lotte (Armando Babaioff), um músico que após cumprir 12 de prisão tenta reconstruir sua vida repleta de incertezas.

Por meio de um acordo com a justiça, Hélio chega a uma comunidade evangélica no pequeno município de Piedade, onde prestará serviços a uma igreja em troca de moradia e de uma gradual reinserção na sociedade. Lá, o pastor Gileno (Flávio Bauraqui) o recebe e auxilia neste recomeço.

Hélio cometeu um crime, o qual não sabemos ao certo qual foi. Algumas cenas não muito bem organizadas dão uma pequena noção do ato. Nesse recomeço, Hélio estará exposto ao julgamento e ao perdão dos que o rodeiam. Refém de suas memórias e pensamentos que cada vez mais o confundem sobre o verdadeiro e o fantasmagórico em sua mente.

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O roteiro de Pedro Perazzo insiste em cercar diversas possibilidades da história, suspense e drama psicológico. A culpa e o remorso que massacram um, são combustível e oportunidade para outros. A história acontece num passado próximo, não contaminado com a velocidade das redes sociais. No entanto, naquele tempo já estavam depositados os ovos da serpente, o preconceito, a solidão e a pressa com que as pessoas julgam. O mal coletivo se junta aos meandros da mente humana que, por conta de seus interesses, pode ser ao mesmo tempo lobo e cordeiro. É um bom tema, mas…

O elenco conta com Giancarlo di Tommaso, Thuany Andrade e Rosanne Mulholland. Atuações fracas e caricatas que em momento algum convencem ou parecem sentir o sofrimento em tela. A direção de Álvaro Furloni abusa de cenas com ruídos ou imagens disformes, escuras, mas que não levam a lugar nenhum. A confusão mental que supostamente é vivida pelos personagens, é sentida apenas pelo público, cada vez sabendo menos das intenções e sentimentos dos personagens.

Ainda que Homem Livre invista em questões pertinentes e intrigantes, a história parece distante de sintonia com o que é apresentado na tela. Entre os caminhos corajosos de um thriller psicológico, que não entrega tudo facilmente ao público, a impressão que Homem Livre deixa é apenas de uma história confusa e inacabada.

Um Grande Momento:
Hélio se ve na televisão.

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Ygor Moretti

Ygor Moretti Fioranti, paulista nascido em 1980 e formado em Letras, trabalha como designer gráfico. É poeta esporádico, contista por insistência... Santista, cinéfilo, rato de livrarias, sebos e bancas de jornal. Assisti e lê de tudo, de cinema europeu a Simpsons; de Calvin e Haroldo a Joseph Conrad. Mantém o blog Moviemento e colabora na sessão de cult movies com O Cinemista.
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